Modelagem e o uso de modelos anatômicos

Estes recursos devem ser trabalhados com cuidado e atenção, como uma forma de complementar as aulas, não devendo substituí-las. Porém podem ser feitas com materiais simples e estimulam a criatividade e capacidade sensorial. Segue na tabela abaixo exemplos do uso de modelos anatômicos e modelagens para trabalhar o tema em questão. 

MODELAGEM E O USO DE MODELOS ANATÔMICOS

 FONTE:

DESCRIÇÃO DO MATERIAL:

1 - FONTE: AGUIAR, 2014.

Autora: Mirela Santos Aguiar.

Material de um Trabalho de conclusão de curso intitulado:

“Produção de um material didático de apoio ao professor de biologia sobre o tema sexualidade”,

 Universidade do Vale do Paraíba, São Paulo.

Modelo anatômico de pelve, feita de isopor: A ideia da autora foi a construção de modelos anatômicos de pelves humana masculina e feminina, tendo como público alvo alunos entre 16 e 17 anos, do 2º ano do ensino médio de escolas públicas. Os materiais usados, assim como as etapas, produto final e resultados obtidos está descrito ao longo do projeto, aonde ela da ideias e sugestões de como se trabalhar com o modelo. A partir da página 34, há um manual contendo de forma resumida todas as etapas para quem quiser reproduzir o material.

2 - FONTE: PINHO & OLIVEIRA, 2008.

.Autores: Selma M. M. Matheus, Maria Dalva Cesário, Cristiane de Campos Centrone e Samara Camaçarí de Carvalho.

 

Título: “Sistema Reprodutor Feminino: Ensino Direcionado a Deficientes Visuais”.

 

Coleção organizada por: Sheila Zambello de Pinho e José Brás Barreto de Oliveira

Pró-reitoria de Graduação,

 Núcleo de Ensino da Universidade Estadual Paulista (UNESPE) /Sede Núcleo de Ensino da UNESPE - Página 929.

Modelo didático sobre o sistema reprodutor feminino, direcionado para deficientes visuais: O trabalho traz uma contextualização voltada para o uso de metodologias alternativas para o ensino de pessoas com necessidades especiais e em seguida traz uma lista de materiais e o modo de elaboração do material, que conta com a modelagem de massa de biscuit, entre outros, matérias de fácil aquisição. O material foi confeccionado pelos integrantes da equipe e aplicados a grupos de alunos com deficiência visual, entre 16 a 20 anos e alcançou o objetivo proposto, se mostrando eficiente no ensino desse conteúdo.

 

 

 

3 - FONTE: Colégio Santo André/SP

Aulas multidisciplinar de ciências e artes, modelagem sobre o sistema reprodutor com alunos do ensino fundamental: O blog do Colégio Santo André traz em uma sessão de noticias, que aborda uma aula multidisciplinar de ciências e artes, realizada em 2012 com alunos do 5º ano do ensino fundamental. A aula, que ocorreu no horário de artes, consistiu na modelagem de estruturas do sistema reprodutor, pelos alunos, com o uso de folha sulfite, caneta e massa de modelar.

 

A Tabela acima mostra exemplos de recursos e estratégias usadas para se trabalhar o sistema reprodutor feminino, servindo como uma rica fonte de sugestões. O material 1 traz um modelo de isopor de pelve humana construída por alunos de curso superior, para publico alvo de alunos de ensino médio. Esse tipo de material é de caráter anatômico, porem é um rico recurso que pode ser usado para complementar as aulas teóricas. Com a orientação adequada pelo professor pode contemplar várias abordagens e caraterísticas da aprendizagem significativa, pois os modelos biológicos e anatômicos, sendo estruturas tridimensionais, facilitam o aprendizado já que possibilitam uma melhor visualização e compreensão do assunto pelos estudantes (ORLANDO et al., 2009) podendo despertar o interesse seu interesse e sanar suas dúvidas relacionadas a complexidades desses sistemas biológicos. A proposta desse material se mostrou criativa e conta com objetos de fácil obtenção para sua construção.  O ideal é que o professor construa e leve o modelo pronto para os alunos, por conter etapas que mexem com materiais cortantes.

O material 2 traz uma rica gama de recursos visuais, porém o seu objetivo é propiciar  aos estudantes com deficiência visual um recurso no qual p conteúdo pode ser aprendido pelo tato. Recursos como esses, segundo Guimarães (2011) e Oliveira (2012), facilitam a aprendizagem de alunos com dificuldades, ou com condições especiais, pois apresentam diferentes dimensões, formas e texturas, mexendo com as capacidades sensoriais e com as emoções. Materiais como estes estimulam o sentido do tato, despertam emoções e desenvolvem a curiosidade, ampliando as capacidades cognitivas (MONTANARI & BORGES, 2012). Como descrito pelos integrantes da equipe, o material confeccionado por estudantes universitários foi aplicado a grupos de alunos com deficiência visual, entre 16 a 20 anos, que junto a debates e a manipulação do material alcançaram o objetivo proposto, propiciando o entendimento dos processos fisiológicos que envolvem o sistema reprodutor feminino e esclarecendo suas dúvidas. A forma como foi trabalhado contempla aspectos da aprendizagem significativa que conforme Cruz (2000) ao estimular a curiosidade e abrir espaço para novas sensações, o material se mostra relevante para o sujeito da aprendizagem, atuando em fatores internos, como a motivação, podendo despertar o interesse por aquele conhecimento e a vontade de aprender.

No item 3  é evidenciada uma estratégia de ensino usando a modelagem como estratégia para alunos do ensino fundamental em um colégio particular, que pode servir como sugestão para outras instituições. O interessante é que as aulas são referentes à disciplina de artes, no qual a professora resolveu trabalhar com o conteúdo estudado pelos alunos em ciências, que era o sistema reprodutor feminino, trazendo uma proposta multidisciplinar, que tem por finalidade articular, contextualizar, religar, situar e reunir as diferentes áreas do conhecimento (SILVA & TAVARES, 2005). 

Além de fatores internos, fatores externos também podem estimular uma aprendizagem significativa do conteúdo. Sendo assim educadores podem tentar “manipular” a estrutura cognitiva dos alunos e incentivá-los, tentando despertar seu interesse (CRUZ, 2000). A modelagem tem este potencial, portanto é uma estratégia importante para a aprendizagem do sistema reprodutor feminino. E uma estratégia que, já nos anos iniciais do ensino básico, pode incentivar a curiosidade, desperta os sentidos e as emoções e o interesse em aprender.

 

REFERÊNCIAS

AGUIAR, M. S. Produção de material didático de apoio ao professor de biologia sobre o tema sexualidade. Trabalho de conclusão de curso, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos – SP, 2014.

CRUZ, C. C. A Teoria cognitivista da Ausubel. Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, Unicamp, São Paulo – SP, 2010.

GUIMARÃES, L. B. Materiais pedagógicos como instrumentos possibilitadores da inclusão de deficientes visuais no ensino de modelos anatômicos.  Faculdade UnB, Planaltina, 2011.

MATHEUS, S. M. M.; CESÁRIO, M. D.; CENTRONE, C. C.; CARVALHO, S. C.

FONTE: PINHO & OLIVEIRA, 2008. Sistema Reprodutor Feminino: Ensino Direcionado a Deficientes Visuais. p. 929, 2011. In: PINHO, S. Z.; OLIVEIRA, J. B. B., N Núcleo de Ensino da Universidade Estadual Paulista, UNESPE, São Paulo – SP, 2011.

MONTANARI, T.; BORGES E. O. Museu virtual do corpo humano: ambiente virtual de aprendizagem para o ensino de ciências morfológicas. Novas tecnologias na educação CINTED-UFRGS.  v. 10, n. 3, p. 1-11, 2012.

OLIVEIRA, B. H.; CERQUEIRA, B. R. S.; ROSSI, P. A.; Relato de experiência pedagógica em ambiente informal: Os cinco sentidos. Anais Simpósio do PIBID, UFABC, v. 01, 2012.

ORLANDO, T. C.; LIMA, A. R.; SILVA, A. M.; FUZISSAKI, C. N.; RAMOS, C. L.; MACHADO, D.; FERNANDES, F. F.; LORENZI, J. C. C.; LIMA, M. A. de; GARDIM, S.; BARBOSA, V. C.; TRÉZ, T. A. Planejamento, Montagem e Aplicação de Modelos Didáticos para Abordagem de Biologia Celular e Molecular no Ensino Médio por 10 Graduandos de Ciências Biológicas. Revista Brasileira de Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular. Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), p. 1 – 17, 2009.

SILVA, I. B.; TAVARES, O. A. O. Uma pedagogia multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar para o ensino/aprendizagem da física. Holos,CEFET-RN, ano 21, 2005.