Biologia 1 > Posts > Relatório 2016 - Colégio Estadual Sebastião Saporski
PIBID
SUBPROJETO BIOLOGIA 1
Supervisora: Caroline Michelle Fogaça de Souza
Curitiba
2016
Caroline Michelle Fogaça de Souza
RELATÓRIO ANUAL – 2016
PIBID – BIOLOGIA – UFPR
Supervisão
Curitiba
2016
- INTRODUÇÃO
O programa PIBID tem como principal objetivo aprimorar a formação dos licenciandos aproximando o universitário da realidade escolar, a qual ele terá que lidar assim que formado. E tem cumprido seu objetivo, mas também tem contribuído enormemente para a escola pública com sua intervenção neste espaço, além de proporcionar uma verdadeira formação continuada ao professor supervisor.
A aproximação da universidade com a escola básica tem proporcionado benefícios a todos os sujeitos destes espaços. Primeiramente ao colocar o licenciando em contato com a realidade que lhe aguarda e assim permitir um avanço na formação deste que tem tempo de articular a teoria vista cotidianamente na universidade com a realidade do espaço escolar que lhe é apresentada. Secundariamente o próprio professor supervisor se beneficia de todo esse movimento, tanto em contribuir com sua experiência e seu olhar de dentro do contexto escolar, quanto a reflexão de sua prática que está sendo, de certo modo, avaliada e confrontada com as novas ideias que estão na universidade.
A escola também se beneficia dessa circulação, abrindo suas portas ao licenciando está revelando todas as suas faces, incluindo suas fragilidades, e se coloca como território de estudo, pesquisa e desenvolvimento do conhecimento. Ao mesmo tempo revela o abismo da teoria acadêmica dos pensadores em educação e a realidade cheia de vida e caos do espaço escolar.
- O ESPAÇO ESCOLAR
A escola que nos acolhe para a realização das atividades é o Colégio Estadual Sebastião Saporski. O colégio está localizado no bairro Taboão, próximo à Rodovia dos Minérios, divisa entre a cidade de Curitiba e Almirante Tamandaré. A escola está numa região urbana, próxima a comércios e ao Parque Tanguá, numa região essencialmente residencial. A maioria da população do bairro é branca e de classe média.
A maioria dos alunos não reside próximo à escola, vem da cidade de Almirante Tamandaré, especificamente dos bairros que fazem divisa entre as duas cidades. Assim, percebe-se que os alunos não têm um sentimento de pertencimento à região escolar. Eles vêm em busca de melhores condições de ensino em uma escola da capital.
O colégio funciona em dois períodos, matutino e vespertino, com ensino regular, fundamental, no período da tarde e médio, no período da manhã. Existem 9 turmas de ensino fundamental, de 6° a 9° ano, que contam com 259 matrículas e 6 turmas de ensino médio, de 1° a 3° ano, que somam 185 alunos matriculados.
- ATIVIDADE DE SUPERVISÃO
A atividade de supervisão consiste no planejamento, acompanhamento e direcionamento dos licenciandos nas atividades propostas e desenvolvidas na escola. Desde a idealização de atividades, de aulas expositivas, de aulas práticas, de avaliações, até o atendimento às dúvidas dos alunos, acompanhamento na realização de trabalhos e a convivência no ambiente escolar com todos os seus sujeitos.
Além dessas atividades, a participação nas reuniões semanais na universidade é de fundamental importância, pois é ali que planejamos e articulamos todas as atividades a serem realizadas na escola. Assim como as discussões e reflexões após a aplicação destas atividades. E ainda, não menos importante, a leitura e discussão de textos de pensadores da educação, os quais fundamentam nossa linha de trabalho.
Atualmente estamos trabalhando especificamente com o ensino médio, com todas as 6 turmas do colégio, sendo duas de 1° ano (1°A e 1°B), duas de 2° ano (2°A e 2°B) e duas de 3° ano (3°A e 3°B), abrangendo todo o conteúdo de Biologia.
Este ano foi um pouco complicado o início dos trabalhos na escola, pois o programa passou por grandes fragilidades, o que repercutiu no nosso trabalho. O primeiro semestre foi marcado pela luta pela manutenção do programa.
Além disso, a readequação dos subprojetos, excluindo-se o subprojeto biologia 3 e realocando seus participantes nos outros dois subprojetos, foi de difícil articulação para todos. Principalmente para os participantes do subprojeto 3, o qual eu estava inserida, pois foi o projeto extinto. E a ida dos licenciando à escola aconteceu apenas a partir de junho. Porém após todas essas adequações iniciamos as atividades no colégio. Ficaram sob minha supervisão os bolsistas: Isabela Cristina Bernsdorf, Ivan Bruno Lange e Vinícius da Silva Will.
Os pibidianos primeiramente conheceram a escola, observaram seus espaços, sua estrutura física, tomaram conhecimento de seus equipamentos, de seus materiais pedagógicos e de seus documentos oficiais. Conheceram a equipe diretiva, pedagógica, administrativa e o corpo docente e assim cotidianamente também foram conhecendo os alunos e criando um vínculo com toda a escola e com todos os sujeitos que por ali passam.
As atividades foram ocorrendo de modo gradativo, permitindo aos estagiários a familiarização e um senso de pertencimento ao ambiente escolar. As atividades iniciaram com as observações de aula; monitoria dos alunos nas atividades propostas em classe; planejamento e execução de atividades práticas no laboratório de Ciências; correção de atividades; monitoria dos alunos no laboratório de informática; auxílio aos alunos em pesquisas na biblioteca da escola; elaboração de atividades avaliativas; organização dos materiais do laboratório de Ciências; planejamento, aplicação de aulas expositivas e participação em conselho de classe.
Outro ponto a ser salientado é a excelente relação que eles estabeleceram com os outros professores da escola. Os momentos de hora/atividade da professora supervisora na sala dos professores se transformaram num momento de troca e reflexão com os demais professores da escola, que também abraçaram o projeto e acolheram os licenciandos.
ACADÊMICOS:
Isabela Cristina Bernsdorf
A aluna iniciou suas atividades na escola a partir de julho/2016, a princípio acompanhou todas as séries, do ensino médio, para conhecer os alunos do colégio. Auxiliou em atividades em sala de aula e em atividades práticas, como aulas de extração do DNA, no laboratório de Ciências e aulas com material coletado (anatomia da flor). Monitorou os alunos em trabalhos em sala, corrigiu provas e organizou os materiais no laboratório de Ciências Naturais. No momento a acadêmica está planejando duas aulas teórica sobre embriologia a ser ministrada nas duas turmas de primeiro ano.
A Isabela apresenta muita desenvoltura em sala de aula, teve a empatia dos alunos, é muito atenciosa e prestativa. Já se percebe um bom domínio de turma, ela interage com os alunos com muita naturalidade e exibe segurança, indispensável no trabalho com os adolescentes. Até o momento a aluna tem se desenvolvido de maneira surpreendente.
Ivan Bruno Lange
O aluno iniciou suas atividades na escola a partir de julho/2016, acompanhando aula dos 1° e 3° anos, do ensino médio. Auxiliou nas aulas práticas e em sala de aula, tirando dúvida dos alunos, monitorou alunos na realização de trabalhos e ajudou na organização dos materiais do laboratório.
O Ivan está desenvolvendo sua relação com a sala de aula de maneira mais lenta, se comparado à Isabela, mas no ritmo necessário à sua pessoa. Em sala de aula ele se apresenta ainda muito tímido e retraído, portanto a relação dele com os alunos ainda não avançou muito.
Embora, com os alunos do 3° ano, essa relação já esteja mais estreita. Justamente a série que ele escolheu para realizar suas práticas. Então, em relação ao Ivan, deixaremos para o próximo ano para ele ministrar alguma aula, respeitando seu tempo de amadurecimento em sala de aula.
Vinicius da Silva Will
O aluno acompanhou num primeiro momento todas as turmas de ensino médio e num segundo momento decidiu que trabalharia com os segundos anos, então definiu suas observações e planejamentos direcionados a essas turmas.
Aluno muito proativo, tem excelente desenvoltura com os alunos e postura em sala de aula. Apresenta muita segurança, excelente impostação de voz e domínio do conteúdo. Só tem que cuidar um pouco no trato com os alunos, pois as vezes se faz agressivo, o que pode ser confundido com uma certa arrogância. Executou muito bem as atividades propostas, desenvolveu seus próprios critérios para corrigir as avaliações, bastante crítico em relação aos procedimentos pedagógicos que ocorrem na escola.
Realizou seis aulas práticas, duas com os primeiros anos para a extração de DNA de frutas e outras quatro aulas práticas, com os segundos e terceiros, sobre fermentação de fungos. Comandou as práticas com muita calma e boa didática, planejou desde o roteiro, os materiais, posicionamento dos alunos e das amostras.
Na aula teórica sobre Sistema Reprodutor exibiu com excelência sua aula, muito dinâmica e coerente. Em relação ao uso do quadro de giz ficou um pouco desorganizado e faltaram algumas explicações, bem como teve alguns problemas com a letra um pouco ilegível.
Na aula sobre dst’s e métodos contraceptivos explicou muito bem todos os métodos, apresentou também vídeos e conseguiu todo o material para mostrar para os alunos. Além disso, respondeu sem nenhum pudor e com muita sabedoria as questões deixadas na caixa de perguntas, se saiu muito bem com questões delicadas, inclusive com questões sobre gênero. O Vinícius está num nível de desenvolvimento pedagógico muito satisfatório, e é um aluno referência em como o programa pode atuar com maestria na formação dos licenciandos.
- CONCLUSÃO
O trabalho realizado no Colégio Estadual Sebastião Saporski está sendo de extrema importância para a escola que ganha muito com a presença dos estagiários, os alunos do colégio também estão contagiados com a presença dos pibidianos e se espelham neles, o que aproxima do estudante da escola pública a possibilidade de fazer parte do universo acadêmico.
Para o professor supervisor o programa também promove uma bela transformação, uma renovação do fôlego que o cotidiano vai nos roubando. Ao mesmo tempo te coloca numa profunda reflexão sobre tua prática docente e por outro lado te incita a buscar novos caminhos, novos horizontes, aliando a experiência da sala de aula com os novos pensares da universidade.
O que gera um grande avanço na qualidade de ensino e uma verdadeira formação continuada.
Os licenciandos estão se desenvolve de maneira completa, já em contato com a realidade que lhes aguarda e do mesmo modo tendo tempo de refletir sobre o espaço escolar, suas demandas, suas limitações, suas políticas, a formação destes professores com certeza será mais consistente e alinhada com os novos tempos.
Caroline Michelle Fogaça de Souza