"I FÓRUM DE ÁREAS" ocorreu na data 01/10/2011.
Reunião de área – PIBID/Química (UFPR + UTFPR)
A reunião de área do subprojeto Química foi divida em dois momentos. No primeiro a técnica da SEED Elisabete Cebulski, fez uma exposição sobre as Diretrizes Curriculares da educação Básica, com ênfase na disciplina escolar Química, abordando questões sobre avaliação e encaminhamentos metodológicos.
Em seguida, a coordenadora do Subprojeto Química UFPR expôs aos participantes como são organizadas as atividades desenvolvidas pelos alunos-bolsistas, bem como sobre a participação dos mesmos em eventos da área. Relatou que as atividades são desenvolvidas a partir de algumas temáticas (História e Filosofia da Ciência, Divulgação Científica e Alfabetização Científica e Tecnológica) e estruturadas em quatro etapas. A primeira é o estudo da fundamentação teórica a respeito da temática a ser desenvolvida; a segunda é o momento em que os alunos bolsistas elaboram as suas propostas didáticas, para poderem então intervir na sala de aula da educação básica e a terceira é a participação e o desenvolvimento da proposta em sala de aula. A temática termina com a quarta etapa, quando os alunos devem elaborar um artigo científico sobre o trabalho desenvolvido. A metodologia e organização utilizada por esse subprojeto é diferente ao compararmos com as atividades desenvolvidas pelo subprojeto da UTFPR.
O coordenador do subprojeto Química da UTFPR fez um breve esboço de como as atividades são desenvolvidas naquela Instituição. Estas atividades são pautadas em experimentações que os alunos bolsistas realizam nas escolas, relacionadas ao conteúdo químico discutido em sala de aula pela professora supervisora da turma.
Após esses dois relatos, alguns professores e alunos expuseram sua opinião a respeito dos trabalhos realizados. Seguem algumas falas para exemplificação esses momentos:
Profa. Ines (Supervisora Escola Jardim Esperança): No nosso colégio, Jardim Esperança em Colombo, as meninas e os meninos que foram trabalhar lá deram um show, foi maravilhoso. Tivemos alguns problemas, é claro que sim, mas no geral, 99% foi muito bom. Tanto que eu costumo falar que o PIBID é um divisor de águas na turma que a gente trabalha. Existe a turma antes do PIBID e após o PIBID... Nós trabalhamos com duas turmas em contra turno e em nosso colégio nós não temos sala, é um ginásio de esporte e que virou uma escola, não tem laboratório, não tem água direito, um banheiro só, mas funcionou. E os alunos que a gente pegou no ano passado, do 1ºano, foram em contra turno por livre e espontânea vontade.... sendo que é um local quente, as meninas iam lá em cima, naquela sala sufocante. Eles encontram a gente no corredor e perguntam, “quando que eles vão voltar”, a gente quer aula do PIBID”. Eu digo, “calma que eles vão chegar, calma”. Repito que é um divisor de águas, porque eles têm uma visão de sala que aula, que nós professores não conseguimos por “n” razoes. Uma razão talvez, é muito por falta de compreensão mesmo de como fazer diferente e agora eu estou tendo. E eu olho e vejo o brilho no olhar deles e isso me emociona, por que eu sei que isso está valendo a pena. Eu conversei com a Bárbara (Mestranda) esses dias e eu to vendo vocês aqui falar e estou escrevendo e vendo vocês comentarem e estou fazendo aqui as minhas anotações da minha impressão da escola. E eu acho que na química hoje, na sala de aula, no nosso dia-a-dia como professoras que nós estamos aqui, temos o nosso problema, temos, não somos 100% e nem existe nada que sejam tudo rosas. Para uma rosa ser maravilhosa e ter um bom perfume, ela precisa ter espinhos, então a gente vai crescendo muito no decorrer do tempo. Mas eu penso que é uma das melhores coisas, ações que estão sendo tomadas. Eu venho hoje de um conselho de classe, e a cada pouco eu estava lá tentando relacionar o que eu estava vendo lá com a profundidade do assunto com aqui. Então eu só sei que vale a pena gente. O nosso colégio Jd. Esperança está aberto, com as portas abertas para todos os que quiserem ir até lá. E ta valendo a pena.
Haroldo (aluno bolsista): Quanto a fala da profa. Elisabete, eu me identifiquei com o que ela falou, sobre visões de ciência,conceitos químicos não compreendidos pelos alunos, porque na minha aplicação da unidade didática trabalhava bem essa temática. Então eu me identifiquei: “Poxa vida, tudo isso que ela falou foi o que foi apresentado para a comunidade e que agente aprendeu no âmbito do projeto PIBID. O que você falou, foi exatamente o que foi aplicado por mim na minha UD. Eu trouxe lá, diferentes situações que tinha, a questão do metal do sacrifício, eu utilizei de vários exemplos que os alunos tem no dia-a-dia e que aparentemente você não vai perceber o feito da eletroquímica, coisas como peça de celular, as vezes, as vezes não, muitas vezes você jamais fará uma ligação eletroquímica, eu então juntei isso com exatamente o que você tinha falado.
Profa. Angeline (Supervisora Escola Xavier Teixeira): O Haroldo trabalhou lá na minha escola, numa turma da noite, um período que é difícil você chamar a atenção dos alunos... E ele conseguiu bastante em função dessa metodologia diferente, de estar lidando com o cotidiano, fazendo coisas diferentes, do dia-a-dia do aluno. E ele conseguiu uma participação muito boa, os alunos gostaram muito do tipo de aula que ele trouxe. Com isso, é a gente que já está dando aula, que aprende, é a formação continuada que acontece ali. Você vê ... essas novas metodologias sendo aplicadas, nossa dá certo mesmo. A gente tem uma certa resistência mesmo em relação as novas metodologias.. “ah não vai dar certo, o aluno não vai aprender Química. Mas aprende e aprende de uma maneira mais prazerosa. Ele consegue entender que a química serve, que ela está ali presente no dia-a-dia. Então é muito importante para a formação continuada da gente também.Outros grupos que foram na minha escola, trouxeram aulas diferenciadas mesmo, vídeos e explicando de uma maneira diferente que foi muito produtivo, e os alunos gostaram bastante. E as minhas aulas, antes do PIBID e depois, mudaram sim, é claro que ainda tem que mudar muito, mas pelos menos eu enxergo isso. Que tem que mudar muito ainda, mas que já mudou. Do começo, quando eu entrei e agora, a minha aula já mudou e se ela não mudou, eu já tenho uma idéia de como e onde ela pode mudar.
Joanez (coordenadora do Subprojeto Química): Isso é um ganho maravilhoso!
Tatiana (aluna bolsista): no caso ali que o rapaz colocou o caso do laboratório, que o colégio não tem um laboratório, o colégio Jd. Esperança, também não tem. E eu e a Stephanie quando a gente foi, trabalhou com Teoria de Arrhenius a gente pode fazer aquele experimento simples da corrente elétrica, a gente colocou os alunos em um semi circulo, colocamos a mesa ali e fizemos eles virem participar, montamos na mesa, trouxemos as soluções e ele ficaram ...nossa!!, puderam participar, ver realmente o que acontecia, daí a gente começou a problematizar no quadro: “o que vocês acham que está acontecendo” daí depois a gente foi explicando para eles, e aquilo ali é novo e maravilhoso. Realmente não tem condição no laboratório, mas como a senhora colocou ali, tem certezas coisas que a gente pode improvisar com um experimento simples e daí sim, passar o conteúdo.
Patricia (aluna bolsista): a nossa temática foi da radioatividade e quando foi falado da radioatividade realmente os alunos ficam impressionados quando a radioatividade esta presente e que uma das dificuldades deles é diferenciar os diversos tipos de radiação que eles estão em contato, então eu a Alessandra trabalhamos com isso também no colégio Jd. Esperança, claro que não dava para fazer um experimento, então nós trabalhamos a história e filosofia da ciência com eles e com o texto de Rutherford, quando ele discute as partículas alfa e nós mostramos para eles a aplicação da radioatividade, tanto na medicina, na geologia, quanto na agricultura, e foi assim bem legal o trabalho, porque embora seja um tema difícil, nós trabalhamos com os alunos de 1º e 2º ano, então a gente teve que adequar ali para os alunos do 1º ano que talvez não tinham todo um conhecimento já para trabalhar com a Radioatividade, mas nas nossas questões específicas sobre radioatividade eles atingiram lá, em torno de 75% conseguiram responder corretamente os problemas que a gente colocou para eles. Então foi uma experiência bem legal e os alunos lá gostaram muito, até por que eles participaram, as vezes os que viam a minha temática, viam também as outras temáticas e participavam de dois temas do PIBID diferentes na mesma semana.
Alessandra (aluna bolsista): muitas vezes eles relacionavam os conhecimentos de uma aula, com a outra.
Prof. Palimércio (Coordenador Subprojeto química UTFPR): a nossa vertente é totalmente diferente da de vocês, porque a gente está trabalhando com a prática experimental na escola. É uma série de práticas abordando os conteúdos programáticos em associação com a coordenadora. Mas basicamente sim, todas as nossas aulas são experimentais e isso tem causado um reflexo muito bom na escola. A evasão diminui, a um interesse muito grande do aluno em ir para a aula em função dessas práticas que aquece, sai um fumaça e muda de cor. Além disso, a gente esta iniciando um projeto na escola que se chama “Cata-óleo” em que todo o óleo residual que o pessoal esta jogando na pia e causa enchente, vamos transformar esse óleo em biodiesel. E daí a gente fala para eles: “ta vendo aquele ônibus azul grandão que tem 100% biocombustível então vocês fazem parte”.
Técnica da SEED - Química: eu só queria colocar que aconteceu sexta feira e eu sou do núcleo de química, sou técnica de química (....) então a gente tinha, fazia parte de uma semana da formação continuada dos professores desse ano e ela aconteceu em duas partes. No 1º semestre com quatro horas e agora no segundo semestre com mais quatro horas. E eu tinha sugerido pela SEED o uso de artigos científicos em sala de aula e daí pelo tema eu me lembrei da Heidi que tá fazendo o trabalho com prof. Supervisora do PIBID e convidei ela para ir na oficina para que ela, depois que fosse apresentado, tivesse uma fala ali, dizendo como foi essa experiência de trabalha com artigos como foi no caso dela.e ai ela trouxe, porque como ela já está no terceiro semestre, ta indo para a reta final, já escreveu um artigo, ela já tem um resultado para apresentar aos demais professores dessa prática que foi feita. E os professores que estavam assistindo eles ficaram bem interessados, encantados mesmo e aí eles queriam saber como fazer para participar também do PIBID.
Seguida a participação dos alunos, professores e técnicos deu-se inicio a investigação de quais ações poderiam ser mediadas entre as Universidades, secretarias e as escolas da educação básica.
Considerações do Subprojeto/Química (UFPR e UTFPR)
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