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05/05/2015 - Regência e adição de novos integrantes ao nosso grupo
Neste dia, continuamos o exercício da regência, desta vez na íntegra. Também recebemos mais quatro integrantes ao nosso grupo PIBID e discutimos sobre as prospectivas nossas e das coordenadoras para esse ano.
28/04/2015 - Regências e a greve nas escolas estaduais
Devido a greve nas escolas estaduais, não pudemos ir às observações e muito menos apresentar nossas regências na sala de aula. Neste dia, um dos nossos grupos apresentou a aula que haviam preparado em nossa reunião. Durante a classe, nós, bolsistas que estavam observando e a professora, pudemos pontuar e simular como seria o ambiente na sala de aula - como responder perguntas, dialogar com os alunos, instigá-los e apresentar o material.
08/04/2015 - Ida à escola no dia 07 de abril e PCN
- perfil geral dos alunos da escola: A escola tem um grupo bastante heterogêneo. Há muitos adultos e adolescentes no ensino médio e crianças no ensino fundamental. Não há uma etnia predominante e nem gênero. Acredito que pelos menos a maioria deva morar na região onde a escola está situada e que pertença as classes médias mais baixas, pelo fato de a escola ser pública. Quando chegamos a escola, por volta das 18 horas, vemos os alunos do ensino fundamental entrando e os do médio saindo. Os mais novos geralmente fazem mais barulho e parecem estar excitados com a saída. Muitos são buscados pelos pais e ficam conversando com seus amigos enquanto os esperam. Já os mais velhos tendem a ser mais discretos. Geralmente estão em grupos pequenos com pessoas do mesmo sexo.
- perfil dos alunos das salas: Na turma das 17h50min, temos um grupo predominantemente jovem com alguns adultos e adolescentes presentes. Eles são mais agitados, se dispersam mais e são um pouco mais tímidos ao participar da aula. Na classe das 19h20min, a maioria dos alunos são já senhores com a presença de alguns jovens entre 17 e 23 anos e adultos em seus 30 anos. Esses, apesar de falarem bastante entre si, parecem estar mais focados e interessados a participar. Conseguem tirar suas dúvidas em voz alta e aproveitar a lição sem muita dispersão.
- liderança x bulling: Não estou certa se posso empregar aqui o termo liderança, mas há alunos que são mais extrovertidos e participativos que têm o poder de mudar o curso da lição. Há dois garotos que me chamaram a atenção: um garoto de 10 anos e outros que parece ter mais ou menos 15. Eles não aparentam incomodar-se em falar para toda a classe, geralmente fazem piadas e não ligam se a atenção está voltada para eles.
Quanto ao bulling, não presenciei nenhum caso severo. Apenas, uma vez, um dos meninos mais novos estava se sentindo incomodado com o fato de as meninas o estarem chamando de "cantor" (por qualquer que seja o motivo). Ele declarou seu desgosto pelo apelido, mas mesmo assim elas continuaram. Assim, nossa colega Bruna pediu às meninas para que parassem e elas cessaram.
- perfil de um aluno:.A aluna com quem conversei mais foi a Dagmar. Ela é uma enfermeira aposentada, deve ter entre 45 e 50 anos e já é mãe. Dagmar me contou que seu interesse no espanhol se deu pelo fato de ela ter uma amiga colombiana e outro marroquino com quem conversa na língua. Em alguns meses ela viajará ao Marrocos para conhecê-los e está afinando seu aprendizado.
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Nos encontros dos dias 31/03 e 07/04 discutimos sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Este documento serve como um apoio para o professor no desenvolvimento das aulas. O que mais me chamou atenção nele, foi a abordagem da língua estrangeira na construção da cidadania (e há um parágrafo específico que diz que as diferenças linguísticas devem ser expostas com enfoque no respeito), onde visa que a mesma é uma ferramente para a compreensão de outras culturas. Outro assunto foi a sistematização do que é escolhido pelo professor enquanto temática de aula. Ainda que o docente tenha liberdade para fazer sua classe como quiser, o PCN criteriza que deve ser pertinente ao ensino do aluno. Em controvérsia, alguns pontos pessoalmente me desagradaram. Há uma parte onde está escrito que o aluno tem que "ser formado para a cidadania e para o trabalho". A meu ver, esta passagem está mais para o tipo "o que o cidadão pode fazer para o governo" do que para "o que o governo pode fazer pelo cidadão". Outro incômodo que senti foi quando lemos que o ensino de língua estrangeira é focado na leitura e na escrita, o que contempla somente dois dos modos e comunição. Ainda que seja compreensível, já que as turmas dos ensinos fundamental e médio são muito numerosas para um aprendizado efetivo com os quatro modos, não me agrada que o governo prefira conformar-se a esse modelo do que rearranjar as escolas de um modo que os alunos tenham um ensino mais completo e humano.
24/03/2015 - Primeira ida à escola
- deslocamento até a escola: Foi tranquilíssimo. Há um ônibus que podemos pegar a uma quadra da universidade e ele demora 15 minutos para chegar aonde temos que descer. Não foi um trajeto ruim, já que o pavimento era bom naquela área e, como era de tarde, não senti que precisava ficar tão atenta a furtos e outras ameaças. Já na volta, que acontece às 21h, foi um pouco diferente. Eu moro um pouco longe, mais ou menos 50 minutos de ônibus. Como fica escuro, fiquei mais atenta e recolhida mesmo dentro do tubo, ônibus e terminal. No entanto, não é uma situação amedrontadora já que há muito movimento e não tenho que andar muito para chegar a minha casa.
- a primeira impressão da escola: Eu nunca estudei em escola pública e esperava ver mais aspectos negativos, já que ouvia muitos comentários ruins a respeito da estrutura dessas instituições. Mas, fui surpreendida, pois se assemelhava bastante com a escola particular em que estudei. Lá, tive um sentimento de nostalgia, pois me lembrei de quando eu estava no ensino fundamental e médio. Via muitas crianças pra lá e pra cá, e os trejeitos dos professores também me lembraram muito dessa época.
- a recepção dos diretores, supervisores e demais professores: Tivemos pouco contato com outros profissionais. Enquanto esperávamos fora da sala dos professores, alguns deles no cumprimentaram e fizeram perguntas sobre o projeto que estamos aplicando. A supervisora foi bastante cordial e nos recebeu bem, fazendo com que nos achássemos na sala de aula. Uma hora, um homem que creio ser o diretor apareceu para perguntar sobre um equipamento que a professora iria precisar. Este momento me pareceu bastante positivo, pois senti que ele estava preocupado e comprometido com seu trabalho.
- a recepção dos alunos: Na primeira turma que observamos, percebi que houve um pouco de estranhamento por parte dos alunos, mas apenas porque não estavam acostumados a nos ver ali, ainda mais uniformizados. Na sala de aula, alguns alunos, principalmente os mais novos, nos olhavam bastante.
- a sua percepção do espaço: A escola era agradavel, com equipamentos um pouco obsoletos, mas que possibilitam o professor de dar uma aula dinâmica. A sala em que a aula de espanhol estava sendo apresentada era um pouco apertada para a primeira turma, já que esta tinha bem mais alunos que a segunda; era bem conservada e suficientemente confortavél para uma aula de uma hora. Os espaços externos não eram tão bem cuidados quanto as salas e os corredores, mas não havia nada absurdamente ruim sobre eles. O pátio me pareceu um pouco sujo, “largado”, e as paredes estavam um pouco lascadas.
- a sua percepção dos alunos: A primeira classe que tivemos era mista: haviam crianças, adolescentes, jovens adultos e senhores. Os adultos eram os que pareciam estar mais interessados na aula. As crianças, principalmente as meninas, murmuravam e riam enquanto a professora explicava. Na segunda classe havia uma predominância de adultos entre 30 e 50 anos, com apenas dois jovens. Esses pareciam mais dedicados e dispostos a aprender. Faziam mais perguntas e participavam mais ativamente
- a sua percepção da supervisora: A professora parecia estar bastante aberta a seus alunos. Sua aula era clara e rica, tanto que até eu aprendi coisas novas. Ela parece gostar do que faz e se esforça para dar uma aula mais humanizada e divertida. Me incomodou um pouco o fato de não ter se mobilizado para chamar a atenção de algumas alunas que estavam murmurando, pois estavam incomodando. A professora não dá a aula completamente em espanhol, talvez por ter uma turma de nível básico, mas sempre tentava jogar algumas frases e palavras para que os alunos vão se acostumando com a língua.
- a sua percepção de você mesmo: Eu me senti confortável, pois estava em um ambiente que gosto, observando algo que me anima. Foi diferente estar numa sala de aula como aluno e como observador. Tive que ver coisas que me agradavam e incomodavam com outros olhos, além de pensar sobre como seria estar no lugar da professora. Essa primeira experiência me deixou com um frio na barriga, tanto pela excitação que sinto quando vejo os alunos aprendendo, quanto pelo tanto que vejo que tenho a aprender.
17/03/2015
No encontro do dia 17 de março de 2015, discutimos sobre a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Esta lei serve para ditar as bases e os deveres que as instituições de ensino brasileiras devem seguir. Um dos artigos que nos chamou atenção na discussão foi o nº 26, que diz que o currículo das escolas deve ter uma base comum em todo o país, porém também diversificar-se de acordo com as características regionais e sociais de cada localidade. Outra parte que discutimos foi o Artigo 36, parágrafo III, onde consta a obrigatoriedade de uma disciplina de língua estrangeira e a disponibilidade não-obrigatória de uma segunda língua, dependendo das condições da instituição de ensino. Essa passagem nos mostrou o que gera um dos maiores obstáculos para os professores de língua espanhola, que é a falta de oferta da matéria no currículo da escolas públicas, já que, geralmente, o inglês é a primeira opção da comunidade.
COLÉGIO TIRADENTES
12/11/2015
Neste dia as alunas iriam aprender a utilizar o vocabulário para vestuário. A professora colocou algumas imagens na televisão e elas teriam que escrever o que ja sabiam no caderno. Como a maioria delas é indisciplinada, a professora manejou a situação colocando algumas para escrever no quadro, até porque elas gostam, enquanto ela poderia controlar o resto da turma diretamente voltando a atenção para as atividades e não a conflitos pessoais que as alunas tendem a ter.
24/12/2015
Foi nossa primeira regência, mas não começamos muito bem pois parte do grupo se atrasou e uma de nós teve que começar a discussão sozinha. As alunas pareceram gostar bastante da atividade, elas estavam recebendo bastante atenção (já que havia mais gente do PIBID do que alunas) e isso parecia excitá-las. Duas das alunas estavam mais agitadas e participativas que as outras, mas todas tiveram um bom aproveitamento na aula, mesmo que nós tenhamos tido que pressioná-las um pouco.
26/12/2015
Foi o segundo dia de regência e desta vez, após a bronca da professora, não nos atrasamos. Desta vez, todas as alunas estavam presentes e os resultados foram parecidos com os da aula anterior. No mais, algo que me chamou bastante a atenção foi a relutância de algumas meninas em compartilhar oralmente o que escreveram. A aluna que eu estava ajudando só aceitou falar se eu falasse primeiro e ela repetisse. Desse jeito, ela repetia tudo que eu dizia quase que perfeitamente. Me pergunto se ela só estava tímida ou com medo de errar. Ao final, as meninas pareciam estar bem satisfeitas e nos agradeceram com abraços e recadinhos que deixaram nas folhas de atividades.
17/03/2016
Não houve aula no colégio Tiradentes, pois houve paralisação nacional das escolas.