“Como as plantas não-verdes fazem fotossíntese?”: relato de experiência

Ayrton Izaias de Oliveira

Apesar de todos os cortes ocorridos no programa, especialmente financeiros, o custeio dos materiais foi de responsabilidade dos bolsistas envolvidos.

Esta atividade foi a primeira das ocorridas no projeto ‘Café com Ciência’, do Colégio Estadual Ângelo Gusso, em 2016. Ela foi aplicada três vezes, para diferentes grupos de alunos do primeiro ano do ensino médio, atingindo aproximadamente 25 estudantes.

O questionamento inicial  inclina-se no sentido de  que a clorofila – principal molécula responsável pela fotossíntese – reflete luz verde, mas nem todas as plantas são verdes; portanto, de que forma estas plantas não-verdes fariam fotossíntese? Esta questão foi levantada com os alunos e todas as hipóteses propostas por eles foram apresentadas e discutidas em conjunto.

Muitas das hipóteses levantadas pressupunham a existência de clorofila nas plantas não-verdes, desta forma questionou-se: de que forma podemos conferir se este pigmento está presente nos vegetais? A resposta foi quase sempre a mesma: separando-os/isolando-os. Neste sentido foi pensada a atividade experimental aqui apresentada.

  

Os bolsistas propuseram uma possibilidade de se  verificar a presença/ausência de determinados pigmentos vegetais em uma amostra. Os alunos realizaram cromatografias em papel de plantas de diferentes cores a fim de averiguar suas hipóteses. Cada dupla/trio de alunos ficou responsável por uma planta; ela foi macerada em álcool e depois a cromatografia foi corrida.

A partir dos resultados obtidos (faixas de diferentes cores no papel) foi discutido que pigmentos seriam aqueles, possibilitando familiarizá-los às antocianinas e carotenoides. Foi possível corroborar algumas das hipóteses levantadas, havendo então a percepção de que a clorofila é essencial ao desenvolvimento vegetal, porém que ela pode interagir com outros pigmentos. Após a discussão de resultados foi perceptível a  gama de associações feitas entre tais pigmentos e seu dia-a-dia, como por exemplo a cor de chás.

Reflexão...

A proximidade vivenciada entre alunos e pibidianos foi extremamente importante na relação de cumplicidade para que os primeiros se soltassem e participassem mais da proposição de hipótese e discussões. O mesmo pode ser dito da valorização de seus conhecimentos prévios. Acredito que sem estes dois elementos esta prática terá se tornado apenas mais uma demonstração, o que foge completamente do foco do projeto ‘Café com Ciência’.

Relato de Experiência - Robertta