Coevolução e Dengue

                                                                                                   

Esta aula foi aplicada no Colégio Estadual Júlio Mesquita. A aula serviu como um preparatório para o ENEM e para o vestibular da UFPR. Foi uma aula expositivo-dialogada, que envolvia três temas principais: evolução geral, coevolução e parasitismo. Na parte de evolução geral falamos do histórico da evolução desde a formulação da teoria da evolução de Lamarck, passando pela teoria da seleção natural de Darwin e Wallace, até a formulação da teoria sintética da evolução. Depois falamos sobre coevolução, apresentando exemplos de coevolução (relação parasita-hospedeiro, relação inseto-planta) e também falamos da teoria da rainha vermelha (teoria que sustenta a coevolução parasita-hospedeiro). E, por último, ligamos a coevolução ao fato do por que está ligada ao parasitismo e focamos muito no caso da relação do vírus da dengue com o Aedes aegypti e o ser humano, além de dizemos por que eles transmitiam a doença e que nem todos os mosquitos da espécie transmitiam a doença.

O mosquito Aedes aegypti

Coevolução é uma série de mudanças reciprocas em duas ou mais populações não cruzadas que têm uma relação ecológica estreita, e agem como agentes da seleção natural uns dos outros. Por exemplo, a sucessão de adaptações de um predador para caçar e de sua presa para fugir. A partir desse conceito surge em 1973 a Hipótese da Rainha Vermelha, na qual Van Valen afirma que "para um sistema evolutivo, é preciso haver um desenvolvimento contínuo para manter a aptidão relativamente aos sistemas com o qual estão a coevuluir."

Link do Plano de aula

Link dos Slides da aula

 

Relatos de experiência:

 

Bruna: Com o objetivo de apoiar os alunos das escolas públicas paranaenses ocupadas durante os meses de outubro e novembro, nós fomos até o colégio Júlio Mesquita para conversar sobre conteúdos de Biologia que geralmente compõem questões dos vestibulares. Nosso assunto era coevolução e dengue, abordando desde a teoria da rainha vermelha até como evitar focos de dengue, doença que, em todo verão brasileiro, volta a ser epidemia. Os alunos nos receberam muito bem. Por coincidência, o menino que nos atendeu estava lendo Richard Dawkins e, posteriormente, nos contou que prestou vestibular para o curso de Biologia, o que nos deixou muito animados.  A aula foi uma conversa entre os alunos lá presentes e os pibidianos. Falamos sobre quem foram Darwin e Wallace, suas descobertas e importância para a ciência, o desenvolvimento da teoria da evolução, da seleção natural e seu papel na coevolução das espécies e  de como essa implica nas doenças, com enfoque no mosquito Aedes aegypti e na doenças Dengue, Zika e Chicungunya.
Foi muito produtivo, os alunos se mostraram bastante interessados e fizeram algumas perguntas, apesar de admitirem não terem tido contato com alguns desses assuntos em sala de aula,  o que só reforçou a importância que é esse contato. Pedimos a eles que nos sugerissem outras abordagens para encontros vindouros e eles demonstraram grande curiosidade por evolução humana.

Franco: A ideia inicial era fazer uma aula de revisão para o ENEM, e por isso mesmo escolhemos temas que pudessem se relacionar. Daí coevolução e parasitismo. Sabíamos que não chegaríamos a uma sala de aula tradicional, logo não poderíamos dar uma “aula tradicional”; logo, chegamos à conclusão de que seria muito mais produtivo propor aos alunos uma conversa sobre como temas como coevolução, genética, interações ecológicas e a epidemia de dengue estavam correlacionados.A noção de que não seria uma aula comum se confirmou, até porque não fomos recebidos como professores, mas sim como amigos, companheiros que estavam apoiando a causa deles com as ocupações. E talvez por isso mesmo, acredito que o nosso diálogo foi tão produtivo. Estavam muito curiosos sobre como Darwin e Wallace chegaram a conclusões parecidas, e tinham bastante domínio sobre conceitos básicos de evolução. Infelizmente aparentavam ter algum déficit nos conceitos de ecologia, mas logo conseguiram compreender a lógica da Teoria da Rainha Vermelha.
Quanto ao lado pessoal, a experiência toda foi gratificante. Mas as sensações que levarei comigo foram ver um aluno do ensino médio lendo “O Maior Espetáculo da Terra”, do Richard Dawkins, encontrar vestibulandos de agronomia e biologia, e ver seus olhos brilharem ao ouvir que a gente se encontraria no Restaurante Universitário, e por fim ver que todos estavam interessados em saber mais sobre a história evolutiva humana. Tudo isso me deu ainda mais certeza de que difundir ciência sempre vale a pena.

Mateus: Gostei muito de ter aplicado a aula, ao lado do Franco e da Bruna. Fluiu muito bem essa aula que foi bem dialogada, apesar de em alguns momentos os alunos não entenderem o conteúdo por ser complexo ou por não terem uma base de ecologia, algo que me surpreendeu negativamente, pois acredito que a ecologia seja muito importante a biologia, ainda mais que dois alunos vão fazer cursos ligados à area (agronomia e biologia). Mas esses dois alunos se mostraram muito interessados e por isso que a aula fluiu. Tomara que se deem bem no vestibular.