Gincana no Parque São Lourenço – Colégio Ângelo Gusso

Fernando Fortunato Jeronimo

Com a necessidade de cativar os estudantes a participarem do projeto em contraturno, chamado Café com Ciências, o grupo preparou uma gincana a ser realizada no Parque São Lourenço, na região Norte de Curitiba, próximo ao Colégio Estadual Ângelo Gusso, a escola parceira. Após alguns contratempos que incluíram as greves dos professores estaduais e tempo instável da cidade, a atividade pode ser aplicada no dia 11 de Setembro de 2015. Para a realização da gincana contamos com seis bolsistas do PIBID/UFPR Biologia 2, tendo ficado, cada um, responsável por aproximadamente cinco estudantes de duas turmas do 3º ano do Ensino Médio do colégio.

Antes do início da gincana propriamente dita, ainda na escola, fomos apresentados aos estudantes, que num primeiro momento foram separados em grupos de forma aleatória para diluir as panelinhas e integrar as duas turmas. De forma geral, os grupos foram furtivamente se reorganizando. Uma vez que os grupos foram separados entre os bolsistas, iniciamos o percurso a pé até o parque. Durante esta breve caminhada solicitamos que os estudantes fotografassem imagens que representassem a natureza e imagens que fossem denunciadoras da má ação antrópica sobre o ambiente. Chegando ao parque cada equipe foi nomeada por uma cor e recebeu as instruções necessárias para realizar a gincana de forma independente, sem nossa interferência para a resolução dos problemas propostos. Nesse momento também apresentamos nosso trabalho no PIBID, especialmente do nosso projeto de educação científica, e conversamos com os estudantes para detectar seus anseios sobre a escola e sobre suas expectativas de ingresso na universidade.

O grupo que coordenei foi composto por seis integrantes, todos meninos, e claramente eram muito amigos, mesmo alguns não sendo da mesma turma. No início da gincana eles dividiram suas funções: um fotógrafo, dois buscadores (que após a leitura da dica saíam correndo em direção à próxima pista), um navegador (que fazia a leitura do mapa e apontava a direção a seguir), os demais eram um pouco mais tímidos e reservados, mas participaram muito durante a resolução dos problemas. O grupo foi muito mobilizado pela gincana; os alunos se esforçavam muito para conquistar as próximas pistas. Também surgiram debates muito interessantes sobre a ação antrópica no parque, sobre a biologia de alguns organismos, sobre a interferência da presença humana no comportamento dos animais do parque, entre outras questões muito relevantes e surpreendentes. A atividade ajudou a criar um vínculo muito rápido com os estudantes; tiramos selfies, conversamos sobre outras coisas, trocamos contatos (um dos alunos me convidou para assistir sua banda de “Caiçara Music” – algo entre Reggae, Ska, Trip).

Ao fim do jogo pedimos um feedback e reforçamos o convite de participar do nosso projeto. A equipe que coordenei se mostrou muito satisfeita em realizar a atividade usando algumas máximas como: “só de sair da sala já é melhor”. Alguns ainda destacaram que têm maior facilidade quando discutem o conteúdo e quando podem fazer isso observando o objeto de estudo. Infelizmente, quatro desses alunos assumem responsabilidades no turno da tarde (cursinho ou trabalho) e ficam impedidos de participar do projeto – o que nos faz pensar em outras abordagens para o projeto. Por fim, felizmente contra minha baixa expectativa, os estudantes participaram e conseguiram aproveitar a atividade, percebendo que existem alternativas à sala de aula, e que estas podem ser tão eficazes quanto. Para mim, foi sem dúvida um momento de crescimento pessoal muito grande, foi um momento de perceber que a carreira de professor tem recompensas que nenhuma outra tem: o sorriso de seus estudantes.

Selfie no ponto de encontro da gincana