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O que é científico?
Ana Paula Farias Waltrick
Coordenei a primeira das reuniões que seriam coordenadas pelos integrantes do projeto, no dia 31 de maio de 2015, e comecei com um texto de Rubem Alves. O autor é muito utilizado pelos nossos grupos e acredito que seus textos nos levam a boas reflexões sobre a educação em geral e sobre a importância dessa ferramenta em nossas vidas. O texto em questão se chama “O que é científico?” e aborda questões de experimentação, o que é ciência e quais os objetivos do cientista.
É uma discussão muito relevante em nosso projeto, que tem como um dos focos principais o método científico. O texto aborda o método a partir de várias figuras de linguagem, muito presentes na obra de Rubem Alves, que demonstram quais as importâncias de cada função, inclusive a do cientista. O método entra como ferramenta para que se faça ciência e tente-se explicar a realidade. Abordamos isto em várias reuniões do grupo, como é importante entendermos os passos que a ciência deve dar para que se chegue a alguma conclusão e que, apesar disso, a ciência vive em processo. Devemos ter consciência de que a ciência não tem verdades absolutas e que ela é uma construção de muitas mentes, experimentos, erros e acertos, e que tudo faz parte do processo.
Além disso, Rubem Alves nos leva a outro pensamento: o que NÃO é científico. É importante que saibamos que uma música só é possível de ser tocada a partir da ciência, da física e da matemática, por exemplo. Mas é tão importante quanto, entendermos que o que SENTIMOS com a música, de ciência nada tem. A realidade, além da ciência, tem outros vieses, como os sentimentos, encantamentos, e outras coisas mais. Precisamos compreender esses vários lados da vida, e isso na educação também é de extrema importância.
A discussão feita na reunião me fez pensar que, como professora, tenho que saber lidar com saberes científicos e não científicos. É preciso ter objetividade, seguir métodos, realizar experimentos, tirar conclusões, entender e saber passar para frente os processos. Mas também é necessário ter sensibilidade ao que não é científico. É necessário entender cada indivíduo e suas particularidades. E ainda mais, é necessário entender que tudo isso faz parte da realidade.