Biologia 2 > Páginas > 2017 - Aulas Contraturno - Angelo Gusso - Sequência didática evolução
Sequência Didática da Teoria Evolutiva
As ciências biológicas, como todas as outras ciências, têm em sua história a tendência da especialização. Sendo assim, dois biólogos diferentes, provavelmente, terão acumulado saberes diferentes, ou seja, um biólogo molecular terá saberes e especializações diferentes de um biólogo taxonomista. Contudo, há algumas áreas da biologia que acabam englobando, ou por que não exigindo, uma correlação sistêmica entre as várias ciências biológicas. Entre essas áreas encontramos a Teoria da Evolução Biológica. Afinal, como nos lembra Dobzhansky, “nada faz sentido na biologia, senão sob a luz da evolução”.
Tendo isso em mente, e com a finalidade de organizar o planejamento pedagógico de 2017, ainda no final de 2016 estimulamos os alunos a elaborar perguntas e questões biológicas que, apesar de todo o potencial de gerar curiosidade, não eram vistos em sala de aula devido ao engessamento imposto pelo currículo escolar. Como resultado, tivemos alunos perguntando:
- Como foi desenvolvida a Teoria da Evolução?
- Como a nossa relação com parasitas interferiu em nossa história evolutiva?
- É verdade que só existem 3 raças de cavalo ao redor do mundo?
Obviamente não nos propusemos a simplesmente responder essas perguntas, mas usá-las como questões provocadoras para discutir os vários aspectos biológicos necessários para compreender a teoria evolutiva.
Desenvolvimento da Teoria da Evolução
Essa aula teve dois objetivos principais. O primeiro objetivo foi demonstrar que uma teoria não surge do nada, pelo contrário, é o resultado de curiosidade, estudo, trabalho, e a necessidade de sempre questionar e falsear verdades preestabelecidas, sempre lembrando da importância das interferências sociais em seu desenvolvimento. A segunda foi fundamentar cientificamente a teoria, demonstrando o quão robustos são os argumentos que a sustentam, de que não se trata de conspiração ou ataque contra qualquer instituição, e o quão fantástico e maravilhoso pode ser o cosmos visto sob a luz da ciência.
A dinâmica da aula se iniciou com a separação dos alunos em equipes. Com os grupos formados, para cada um deles foi sorteado o nome de um cientista que colaborou na construção da teoria e, após o sorteio, foi entregue aos grupos uma carta com os resultados obtidos por seus respectivos cientistas. A função dos alunos foi justamente interpretar os resultados a que eles tiveram acesso, e discutir a importância de suas interpretações dentro do contexto evolucionista.
Ao final da aula, cada grupo leu para a turma a questão pela qual foi desafiado, apresentou a interpretação que teve a partir dos resultados recebidos, e a discutiu com o restante da turma.
Link para o jogo: “Brincando de Cientista – Evolução”
Link para a apresentação da aula: Desenvolvimento da Teoria da Evolução
Link para o plano de aula: Desenvolvimento da Teoria da Evolução
Como atua a Seleção Natural?
Essa aula dialogada foi inspirada pela pergunta dos alunos sobre a quantidade de raças de cavalos, e teve como objetivo entender os mecanismos de mutação, migração, extinção e deriva genética, bem como discutir como o fenômeno da Seleção Natural interfere na biodiversidade.
Na aula anterior, aos alunos foi perguntado quantas espécies convivem atualmente no planeta, e como tantas espécies diversas surgiram.
No início da aula foram respondidas as perguntas feitas na aula anterior; inicialmente foi apresentada a quantidade de espécies existentes, e foi debatido com os alunos o significado de “espécie”. Depois foi projetado o vídeo “How Evolution Works” para tentar responder a origem da biodiversidade.
Após o diálogo inicial, os alunos foram convidados a se colocarem no papel de pesquisadores, e tentar solucionar 4 casos fictícios nos quais o fenômeno da Seleção Natural estava atuando.
Link para a apresentação da aula: “Como Atua a Seleção Natural?”
Link para o plano de aula: “Como Atua a Seleção Natural?”
Coevolução Humanos e Parasitas
Esta foi uma aula dialogada baseada na pergunta dos alunos sobre o fato de a nossa relação com parasitas interferir de alguma forma em nossa história evolutiva.
Inicialmente foi discutido se é possível uma espécie alterar a história evolutiva da outra, e logo em seguida foi feito um debate sobre o conceito de Coevolução. Foi conversado, com os alunos, o conceito evolutivo da “Rainha Vermelha”, e a forma como as relações ecológicas de predação e parasitismo aumentam consideravelmente a pressão seletiva sobre os indivíduos expostos a elas.
Após esse primeiro momento, os alunos foram incitados a discutir como nossa história evolutiva foi influenciada por relações ecológicas de predação e parasitismo. Também foi discutido o quanto fatores associados a sociobiologia podem interferir nesse processo.
Inicialmente, foram apresentados como os efeitos da Revolução Neolítica nos afastou de predadores e nos aproximou de parasitas. Em seguida, foi debatido o quanto a invenção da farmacologia alterou essa relação, inclusive selecionando parasitas mais resistentes. Também foi discutido o quanto a “Hipótese da Higiene” afeta a nossa capacidade de nos defender de parasitas. Por fim, a questão de como a desigualdade social está interferindo diretamente, e diferentemente, sobre a pressão seletiva de diferentes populações humanas.
Link para a apresentação da aula: “Coevolução Humanos e Parasitas”
Link para o plano de aula: “Coevolução Humanos e Parasitas”