Biologia 2 > Páginas > 2017 - Contraturno Ângelo Gusso - Como identificar cobras e aranhas peçonhentas?
Como identificar cobras e aranhas peçonhentas?
No final do ano de 2016, nós, pibidianos, nos sentamos com os alunos dos primeiros anos do Colégio Ângelo Gusso e perguntamos para eles o que eles queriam aprender no ano seguinte nas tardes com o PIBID. Várias dúvidas surgiram, e em cima dessas dúvidas montamos o calendário de aulas do primeiro semestre de 2017. Uma das dúvidas que apareceu foi como saber se uma cobra é “venenosa” ou não e a mesma questão sobre aranhas. Com base nisso foi montada uma aula prática com alguns exemplares de cobras da UFPR e alguns exemplares de aranhas do próprio colégio.
Foi dividida a sala em dois grupos de 8 a 10 alunos, e cada grupo acompanhou uma prática por vez (ou com as aranhas ou com as cobras). A prática com as cobras se baseou em desenvolver a autonomia dos alunos ao tentarem, eles mesmos, separar as 8 cobras presentes na mesa em dois grupos: peçonhentas e não peçonhentas. Dentre elas se encontravam uma jibóia( FIG. 1), uma cobra verde(FIG. 2), uma cobra de capim(FIG. 3), uma cobra d'água, uma jararaca, uma cascavel, uma jararacussu, e uma urutu. Com conhecimentos prévios e com base nas observações que eles fizeram ao analisar as cobras com as próprias mãos, eles as separaram nos grupos sugeridos. Várias definições foram citadas e até mesmo criadas como: formato triangular da cabeça, cores uniformes, bolsas de veneno, perfurações na boca que poderiam guardar veneno, olhos com a pupila fina (como de gato), tamanho, e dentição.
FIGURA 1: Jibóia.
Nenhum dos dois grupos acertou a única forma de diferenciar uma cobra peçonhenta de uma não peçonhenta (que no Brasil é apenas a presença de fosseta loreal), mas os dois grupos desenvolveram muito o hábito de observação e independência pois os pibidianos somente observaram o desenvolvimento da lógica dos alunos, sem opinar ou direcionar o pensamento. A nossa participação nessa prática foi apenas informar como funcionaria a aula e depois concluir e discutir os resultados encontrados por ele.
Essa foi uma das primeiras aulas desse semestre que vimos a importância de que o aluno precisa entrar em contato fisicamente também com a aula também, visto que eles, uma semana antes, pediram para a aula ser mais dinâmica na semana seguinte. FIGURA 2: Cobra verde.
FIGURA 3: Cobra de capim.
Na prática com as aranhas a ideia central foi mostrar aos alunos os principais gêneros de aranhas de interesse médico no Brasil a partir de características gerais como sua morfologia, hábito, locais onde geralmente são encontrados, comportamento típico e modo de funcionamento de seu veneno. O laboratório de Ciências do colégio contava com diversos exemplares, sendo os três gêneros abordados na intervenção: Latrodectus (viúva-negra) (FIG. 4), Loxosceles (aranha marrom) (FIG.5) e Phoneutria (aranha armadeira) (FIG. 6).
FIGURA 4: Latrodectus (viúva-negra)
FIGURA 5: Loxosceles (aranha marrom).
FIGURA 6: Phoneutria (aranha armadeira).
Junto com a breve explicação teórica pautada na exibição de exemplares e vídeos curtos, buscamos atender a demanda de perguntas sobre o assunto. Os alunos se mostraram extremamente interessados e participativos, com algum deles até mesmo demonstrando seu conhecimento sobre o assunto ao apontarem curiosidades e mitos, que foram devidamente discutidos e eventualmente corrigidos, de forma que a aula fluiu de modo efetivo e o conhecimento foi sedimentado por ter sido construído em conjunto entre os alunos e PIBIDianos.