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O plano de aula, o erro e o ambiente escolar
Interrogação e diálogo para a reflexão
Robertta Moryel Pellanda
Toda aula necessita, metodicamente, de um plano. E, este planejamento deve prever qualquer imprevisto, que, então, passará a ser previsto. O professor precisa ter criatividade, reunindo todas as possíveis perguntas e caminhos que a aula pode tomar rumo. Assim, os objetivos do conteúdo afim poderão ser atingidos. Esta é apenas minha opinião. Talvez seja a compilação da muitas teorias e hipóteses ao longo dos últimos anos.
Desta forma, o plano de aula torna-se algo irremediável. Talvez, não seja à toa, que os professores desejam o aumento da carga horária de “horas-atividade”. Pelo menos, é o que eu faria durante este importante espaço: planejar!
Contudo, os planos de aula não devem ser projetados na noite anterior a aula a ser ministrada. Diversos materiais podem ser necessários e o tempo hábil para reuni-los pode não ser adequado, por exemplo. Planejar com antecedência pode, também, culminar com adaptações metodológicas e didático-pedagógicas, à medida que o professor se envolve e conhece melhor seus alunos e suas demandas sócio-culturais.
O plano de aula pode, ainda, tranqüilizar o emocional do professor. Porém não se deve apegar inteiramente a uma cascata metodológica específica, dentre as várias supostamente planejadas. Os riscos dos objetivos não serem atingidos aumentam consideravelmente.
Redes e mapas conceituais, considero, serem uma ferramenta importante na conexão dos diversos planos de aula para determinado conteúdo. Aliás, acho necessária a distinção entre o plano de aula e o planejamento de todo o conteúdo que integra determinados planos. Desta forma, os “links” podem ser feitos com maior precisam. Além disso, as adaptações podem ser pensadas de forma a não atrapalhar os demais planos de aula do conteúdo.
Dialogar e interrogar devem ser práticas comuns para atrair os alunos para a prática discente e necessária para aprendizagem, significativamente. Porém, deve-se adotar algumas estratégias para que o “fio da meada” não seja perdido. Quando provocamos a curiosidade dos alunos, uma chuva incessante de dúvidas pode cair sobre nossas cabeças. Armar o guarda-chuva, ou melhor, colocar a capa de chuva para nos deixarmos molhar minimamente, pode ser a saída para não perder a agulha em um palheiro. O professor deve estar atento, às palavras e gestos utilizados para exprimir sua dúvida, como também as entrelinhas, não codificadas em palavras. Assim, ganchos podem ser verificados com maior facilidade. Estar atento, deixar-se molhar, é a alternativa para o método alternativo do diálogo e da interrogação.
Entretanto, algumas gotas podem contribuir para uma reedição dos planos de aula já delineados. É preciso estar atento a todos os detalhes e registrá-los. Quando entrar em sala de aula é necessário estar com corpo, alma e cognição a postos.
ERRO. Porque o erro é tão punido? Todos sabem que o erro é fonte de aprendizagem. “Errar é humano”, já diz o dito popular. Podemos partir de um erro para construir uma aula, um fala, uma pergunta ou uma resposta. Em aulas dialogadas deve-se esperar pelo erro. O erro deve ser comum e exaltado. Não punido. O mais importante é alimentar a interrogação e o diálogo, sobretudo a curiosidade e os meios de saná-la. Talvez estes sejam os meios, de demonstrar aos estudantes, que o erro é algo bom e que faz parte do aprendizado. Exemplos também podem ser uma boa pedida. Quantos cientistas gloriosos, seres humanos, descobriram coisas fantásticas por não desistirem após o erro? A história da ciência está aí para isso. Demonstrar que o erro contribui para a sabedoria e conhecimento do homem. Como sabemos que se colocarmos a mão no fogo, ela queimará?
Por fim, para que aulas dialogadas possam se concretizar precisamos estar, também, atentos ao ambiente escolar e às relações interdisciplinares e interpessoais, além da atenção aos planos de aula e aos erros. Respeito, para ouvir os outros e falar na hora certa; responsabilidade, na forma de comprometimento do professor com a aprendizagem e à diversidade social, cultural e racial, como também, o respeito às normas e regras instituídas pela escola e professor, pelos estudantes, além de atenção aos direitos e deveres de ambos; e ainda, reflexão, sobre os seus atos e dos demais, colegas e professores. Sendo assim, alimentando os 3 R’s da Educação, o ambiente escolar pode se tornar mais prazeroso e espaço de conhecimento e aprendizagem para todos.
Mas como trabalhar respeito, responsabilidade e reflexão?
São perspectivas inerentes ao ser humano e suas relações ou devem ser construídos, estabelecidos?
Dialogar e interrogar, saber ouvir e saber falar, contribuem para o refletir e respeitar?
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