Bolsistas: Felipe Aquino de Cordova e Ísis Lemes
Professor Supervisor: Leonardo Pellegrinello Camargo
Descrição da atividade:
Foram trabalhados dois textos na turma 1ºD: em um primeiro momento “A República”, de Platão, e em seguida “A arte de ter razão”, de Schopenhauer. O objetivo da atividade foi uma introdução ao método dialético utilizado pela filosofia com duas abordagens diferentes: a de Platão, que enxerga nesse método a fonte da verdadeira atividade filosófica como meio de encontrar a verdade, e a de Schopenhauer, que identifica a dialética com a retórica, ou seja, apenas como forma de convencimento e satisfação de uma vaidade humana, distanciando-se da ideia de verdade sustentada por Platão.
1º parte: A proposta da aula foi, tomando como base A República de Platão, mostrar aos alunos que a construção da verdade, no sentido da dialética platônica, exige o cumprimento de certas condições, a saber, a disposição para o diálogo, de ambas as partes. De início, Trasímaco, sem essa disposição, impede que a dialética avance. O formato da aula foi basicamente o da aula expositiva, pontuado pela interpelação aos alunos.
2º parte: O diálogo sobre o texto “A arte de ter razão” foi iniciado com uma brincadeira com a turma, perguntando quem da turma tinha a melhor capacidade de convencer o colega apenas na conversa. Foi perguntado então sobre as principais artimanhas que o colega apontado utilizava para o convencimento, fazendo assim a relação com alguns dos tópicos que Schopenhauer aponta como necessários para se vencer uma discussão. Foi apresentada então a principal idéia do autor sobre a dialética, a saber, sua relação não com a verdade, mas sim com a satisfação da característica humana da prepotência, uma vaidade qualificada como inata do homem para o filósofo, tal como a desonestidade. Foi mostrado com o desenvolvimento da leitura do texto então que para o filósofo a dialética trata-se apenas da “arte de ficar com a razão”.
Resultados:
Os alunos foram, dessa maneira, estimulados a pensar sobre qual seria o objetivo quando se entra em uma discussão: se, como Platão pensava, para alcançar uma verdade; ou apenas pela simples vaidade de vencê-la a qualquer custo, como dizia Schopenhauer. Desse modo, o objetivo da atividade foi pensar em qual é o objetivo visado pela filosofia ao utilizar como um de seus métodos a dialética. Foi possível notar uma dificuldade de comunicação com os alunos que, apesar de prestarem atenção (a maioria), pareceram não conseguir acompanhar o raciocínio, talvez pela inadequação da linguagem que utilizamos.
Comentários ou observações:
A tentativa de fazê-los participar foi também em grande medida frustrada, principalmente, cremos, por não haver entre professores e alunos uma conexão que permitisse que estes se sentissem confortáveis para falar.