Resumo

O projeto PIBID História 1 tem como objetivo buscar meios para abordar multiculturalismo, identidades e alteridades no ensino de história. Dentre várias atividades desenvolvidas estão as referentes ao mês da Consciência Negra, ocorridas em novembro de 2014, que trazem novas formas de pensar a presença africana e afrobrasileira no Brasil. Para tanto, desenvolveram-se 2 atividades conduzidas de forma diferente – porém com a mesma forma de avaliação – para 8os e 9os anos dos colégios estaduais Dom Pedro II e Manoel Ribas.

O trabalho realizado nos 8os anos consistiu em aula expositiva sobre a escravidão no Paraná e aplicação do material didático sobre quilombos produzido pelo PIBID História 2011-2013, que conta com vários exercícios de análise de fontes. Com isso buscávamos apresentar formas de resistência escrava ante uma opressão que é tida no senso comum como homogênea e absoluta, apontando a importância do dia da consciência negra no sentido de dívida histórica do país com a população negra. Verificou-se uma grande dificuldade de escrita e interpretação de texto da parte dos alunos, que se apoiavam muito mais no exposto pelos bolsistas que na leitura dos documentos. Apesar disso, tomamos como satifatória a compreensão de que o Paraná também foi uma sociedade escravocrata e teve a ocorrência de comunidades quilombolas. Já a outra atividade foi iniciada com o vídeo da palestra de Chimamanda Adichie, “O perigo de uma história única” e subsequente debate.

Nos 9os anos a questão foi focada na pluralidade e no racismo. Com isso os bolsistas pretendiam fazer com que os estudantes compreendessem que a História possui pontos de vista diversos e que algumas visões são privilegiadas em relação a outras. Assim, as respostas ao material didático se apresentaram diferentes devido ao debate e ao conhecimento prévio do assunto pelos alunos e desconstrução de estereótipos sobre africanos e afro-brasileiros.

Com tais trabalhos buscamos promover a percepção de que o racismo é uma estrutura presente em todos os âmbitos da sociedade, mesmo que de forma não explícita. Também problematizamos o mito do “Paraná europeu” ao apresentar a presença e as ações africanas e afro-brasileiras no estado que busca negar tal população. Por fim, acreditamos ser de suma importância o estímulo à análise de fontes primárias para o desenvolvimento da consciência histórica no alunos, de forma que compreendam que a história não é estática e os discursos que a rodeiam estão em constante mutação.

Palavras-chave: escravidão no Paraná, quilombos, material didático.

- Apresentação de slides