História 2 > Páginas > História e(m) imagens: narrativas visuais e contemporaneidades
O ensino de história em nível fundamental e médio exige do licenciado a percepção de que o saber histórico escolar tem especificidades que o diferenciam do conhecimento adquirido e produzido na academia. Não entender essas diferenças pode ampliar as dificuldades na re-elaboração, para o contexto escolar, daqueles conteúdos apreendidos na graduação. Com o acesso a diferentes mídias, o universo cognitivo e cultural dos alunos adolescentes é formado por uma sobreposição acelerada de narrativas e linguagens diversificadas. No processo da educação escolar, o uso cada vez mais frequente das chamadas “novas linguagens”, atenta para a necessidade de se fazer destes recursos um uso cuidadoso, evitando sua banalização e oferecendo os recursos necessários para uma leitura crítica e contextualizada, capaz de identificar, para além da linguagem criativa e lúdica, o não dito de cada fonte. Neste sentido, o projeto pretende instrumentalizar professores e alunos para o uso de novas linguagens no ensino de História. Privilegia, para tanto, duas em particular - o cinema e as histórias em quadrinhos - e a presença de algumas das experiências históricas do século XX nessas mídias. Entende-se que o uso das HQs e do cinema em sala de aula, além de servir como um recurso interessante ao professor, pode igualmente qualificar a leitura dos estudantes e, eventualmente, servir como porta de acesso a outros meios de aproximação com a história. Além disso, objetiva-se também levá-los a entender, entre outras coisas, que um filme ou um quadrinho, não produzem apenas entretenimento, mas igualmente informações e interpretações históricas a partir de determinadas motivações, interesses e percepções de mundo. A análise conjunta dessas fontes, sustentada pela produção historiográfica e mediada pelos alunos bolsistas, supervisores das escolas e coordenador permitirá, de um lado, retraçar seus processos de produção e, de outro, apontar a viabilidade de se tratar a história “dos historiadores” em sala de aula sob prismas não exclusivamente acadêmicos ou amparados tão somente no livro didático. Além disso, trata-se ainda de identificar as eventuais fragilidades na leitura destas narrativas e as maneiras de aprimorar seus usos.