Português 3 > Posts > 2016/3: ROMEU E JULIETA EM SALA DE AULA - TURMA E
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
Subprojeto Português 3:
Formação de leitores – integrando biblioteca e sala de aula
Coordenadora: Profa. Dra. Renata Telles
ROMEU E JULIETA EM SALA DE AULA
BOLSISTAS RESPONSÁVEIS: INGRID FAUSTINO VIEIRA, SINVAL HORTELÃ JUNIOR, JÉSSICA ANDRADE DE LARA
PLANOS DE AULA
Aula de observação e diagnóstico - Observação de aula da professora Delvir e aplicação do questionário abaixo (respostas anônimas), com o objetivo de conhecer hábitos de leitura, interesses e expectativas dos alunos.
IDADE:
GRAU DE ESCOLARIDADE DOS RESPONSÁVEIS:
QUESTIONÁRIO |
|
|
4. Você gosta de filmes? Cite alguns de seus filmes preferidos.
|
5. Qual sua disciplina preferida na escola? Por quê?
|
6. Você gosta de ler? Qual seu livro preferido?
|
7. Já leu alguma peça de teatro? Qual?
|
8. O que você acharia de ler uma peça escrita em 1590?
|
Resultados quantificados em anexo. (ANEXO 1)
Comentários:
A maioria dos alunos do 9º E respondeu que gosta de ler nas horas vagas, o que é um ponto para nós (e pra eles). Existe uma possibilidade que a professora Renata levantou: existe a possibilidade de eles mentirem para nos agradar, mas de qualquer forma se eles querem nos agradar já é um ponto de partida bom para se trabalhar. Em relação ao gosto musical deles: Rap, funk, rock, gospel e pop. É bastante variado, considerando ainda que eles colocaram mais de um gênero nas respostas, então eles são bastante ecléticos. São fãs de filmes e seriados (tanto que amaram quando anunciamos que iríamos assistir Dr. Who). As matérias preferidas deles são educação física, seguida de matemática e depois História: temos chances de alcançar essas 3 disciplinas, pois o fato de História estar ali revela um interesse pelas ciências humanas. Português está bem abaixo, é a matéria preferida de apenas 1 aluna (o). A maioria deles gosta de ler, os livros mais lidos são os best seller (O mais citado foi Cidades de Papel do John Green e As crônicas de gelo e fogo). Ao serem interrogados sobre peças de teatro a grande maioria respondeu que nunca tinha lido uma peça, 5 alunos responderam que tinham lido Romeu e Julieta, mas durante a aula perguntamos para eles sobre o enredo da peça e nenhum respondeu, além do que todos já sabem. Na última questão eles se mostraram interessados em ler a peça do século XVI e gostamos muito de duas justificativas que eram sobre a vontade de conhecer os costumes da época.
Comentário sobre os alunos, aula de observação: Como na maioria das salas de aula, percebemos um pequeno grupo que conversa mais e dá mais opiniões, assim como temos também uma parcela que fica em silêncio e observa. De uma maneira geral, o nono ano E é muito animado, ativo e curioso. Todos foram muito receptivos com a nossa presença em sala e pareciam animados com o nosso trabalho, fizeram perguntas, olharam bastante, respeitaram nosso momento de falar, etc. Pudemos acompanhar uma atividade deles em sala que envolvia leitura e o resultado dessa observação não foi ruim como imaginávamos que poderia ser: a maioria dos alunos lê bem e tem uma grande capacidade imaginativa/interpretativa as dificuldades são encontradas em um problema de atenção/foco. O resultado da observação, para nós, foi muito positivo e nos deixou muito animada com a ideia de trabalhar com a turma durante os próximos meses.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
Aula 01 – Motivação
Objetivo: Despertar o interesse dos alunos pelo tema (casamentos arranjados, amores proibidos), estabelecendo relações com a atualidade e o cotidiano a partir de formas de comunicação diferentes (a princípio, música e notícia de jornal) com a orientação das bolsistas. Introduzir os alunos no mundo de Shakespeare, despertando seu interesse pelo assunto a partir de um trecho de seriado de TV.
Estratégias:
- Dividir os alunos em grupos. Colocar a música O casamento de Romeu e Julieta, de Marcelo Camelo (em anexo). Entregar aos alunos notícia sobre casamentos arranjados na atualidade. Ler com os alunos a notícia (em anexo), enquanto a música toca como pano de fundo.
- Após a leitura da notícia, debate com os alunos. O que vocês fariam em uma situação dessas? Após a discussão, entregar aos alunos a letra da música, porém sem o título. Explorar a opinião dos alunos sobre a relação entre a notícia e a música.
- Assistir ao episódio do seriado Doctor Who, como uma rápida introdução a Shakespeare. Chamar a atenção dos alunos para detalhes importantes do episódio como o teatro Globe, como eram as encenações na época, a rainha Elizabeth, etc.
4. Após o término do episódio, conversar com os alunos a respeito de suas impressões sobre ele e da bagagem que trazem em relação ao assunto. O que vocês acharam? Já foram ao teatro? Já ouviram falar em Shakespeare?
Comentários
A aula de motivação foi bastante desafiadora. A turma inteira estava bem agitada (talvez por ser a primeira aula?) e foi um pouco difícil conseguir silêncio nos primeiros momentos de aula. Na ausência da prof. Delvir, a ‘’bagunça’’ ficou maior, várias panelinhas conversavam ao mesmo tempo. Ainda assim, quando circulamos pela sala, percebemos que os alunos estavam conversando sobre o tema de aula, estavam interessados e até empolgados com o debate. Apesar o atraso para entrada em sala (por causa da troca de horários) e as conversas paralelas, a aula fluiu bem e pudemos conhecer um pouco mais dos alunos, além de conhecer suas opiniões, etc.
A leitura da notícia foi bem legal, os alunos prestaram bastante atenção, tiraram dúvidas e fizeram comentários que ajudaram bastante. A música não empolgou muito grande parte deles, não gostavam do cantor e alguns também não se interessaram pela temática. Já Doctor Who foi um grande sucesso, muitos deles conheciam a série e a maioria se empolgou bastante com o episódio.
Materiais:
Sites casamenteiros promovem uma mudança nos casamentos arranjados na Índia
The NewYork Times; Gardiner Harris; 27/04/2015
O abandono dos casamentos plenamente arranjados é movido em boa parte pela simples dinâmica de mercado entre os indianos
Por milhares de anos, os pais na Índia arranjam casamentos para seus filhos, e Garima
Pant – como estimados 95% de seus pares milenares – pretendia seguir essa mais indiana das tradições.
O pai dela encontrou um homem de alta escolaridade de sua casta em um site de
casamentos que oferece perfis de candidatos potenciais e apresentou a escolha dele para ela.
Foi quando a rebelião dela teve início.
"Acho que não", respondeu Pant, uma professora de ensino especial de 27 anos, após ver
a foto de um homem com mechas coloridas no cabelo. Então seu pai escolheu outro. "Está
brincando?" E outro. "Ugh." E dezenas de outros.
Quando finalmente apareceu o perfil de um homem que a intrigou, Pant de novo rompeu com a tradição, encontrando o número do celular do homem e enviando secretamente uma mensagem de texto para ele. A ousadia dela formou o par. Quando os pais descobriram que suas famílias eram da mesma gotra, ou subcasta, geralmente tornando o casamento tabu, seus filhos já tinham trocado mensagens de texto e emails o bastante para estarem ligados. Meses depois, o casal trocou os votos com as bênçãos contrariadas de seus pais. O deles foi um dentre um crescente número de casamentos "semiarranjados", no qual a tecnologia fez o papel de casamenteira, ajudando a lapidar uma tradição antiga, mas com uma peculiaridade particularmente indiana.
Em uma sociedade onde o casamento é em grande parte um pacto entre famílias, a
maioria dos pais (principalmente o pai) está encarregada da busca pelo cônjuge, inclusive revirando os agora ubíquos sites de casamento à procura de candidatos aceitáveis. Mas um crescente número, especialmente nas cidades da Índia, agora oferece poder de veto aos filhos. Até mesmo irmãos começaram a opinar; o irmão mais novo de Pant se tornou um dos primeiros defensores do homem com o qual ela acabou se casando, após ver a foto dele com um labrador preto.
Ativistas de direitos humanos saudaram a evolução como uma mudança significativa no status das mulheres em todo o mundo e esperam que até mesmo as famílias pobres, rurais,comecem a permitir casamentos baseados na escolha.A cada ano, eles notam, cerca de 8 milhões de noivas, a maioria adolescentes, se casam com homens escolhidos por seus pais, com muitas conhecendo seus noivos pela primeira vez no dia do casamento. Recusas podem resultar em violência e, às vezes, assassinato. Em um caso em novembro, uma universitária de 21 anos de Nova Déli foi estrangulada por seus pais por se casar contra a vontade deles.
O abandono dos casamentos plenamente arranjados é movido em boa parte pela simples dinâmica de mercado entre os indianos, que há muito veem o casamento como uma garantia de status social e segurança econômica.Por séculos, os pais buscam cônjuges entre seus contatos sociais, com frequência com a ajuda de casamenteiros locais que levam currículos de porta em porta. Mas as redes de afinidade aldeãs estão desaparecendo à medida que mais famílias se mudam para cidades grandes, e as mulheres com alta escolaridade com frequência não conseguem encontrar um homem de posição igual nesses círculos. Diante disso, as famílias buscam redes maiores, cada vez mais recorrendo a sites de casamentos.
Os sites – a Índia conta atualmente com mais de 1.500 – nacionalizam o pool de cônjuges potenciais, dando aos pais milhares de opções, permitindo ao mesmo tempo que mantenham as antigas restrições de casta e religião. (Os candidatos que não identificam sua casta obtêm bem menos respostas, dizem os casamenteiros.)
O sistema funciona, dizem os analistas, porque os jovens da Índia permanecem excepcionalmente abertos à opinião de seus pais sobre seus cônjuges. "As relações entre gerações na Índia não são hostis. Nossos adolescentes não têm angústia. Eles não se rebelam ou se comportam mal com seus pais", disse Madhu Kishwar, uma proeminente autora feminista e professora do Centro para o Estudo do Desenvolvimento das Sociedades, em Nova Déli. "E o motivo para os casamentos na Índia serem mais estáveis do que no Ocidente é porque as famílias estão ativamente envolvidas."
Mas à medida que os costumes sociais mudam, relativamente poucos jovens indianos,
incluindo aqueles que exigem opinar em seus casamentos, se desviam demais da tradição.
Namorar –ou pelo menos namorar abertamente com o consentimento dos pais– ainda é relativamente raro. E muitos dos que optam por casamentos semiarranjados dizem que o amor romântico, do tipo de virar a cabeça de Bollywood, não é sua meta. A compatibilidade sim, em um sentido de controle sobre o próprio destino.
"Eu não diria que estou perdidamente apaixonada pelo meu marido", disse Megha Sehgal, uma comissária de bordo. "Mas ele me conforta e tenho ele como um amigo." Para as mulheres pobres e rurais, a noção até mesmo de um casamento semiarranjado ainda está em grande parte fora do alcance – um fato que ativistas de direitos humanos dizem deixar as meninas especialmente vulneráveis.
"O casamento é o maior risco individual para as meninas indianas", disse Joachim Theis, chefe de proteção à criança do UNICEF na Índia, que diz que o país conta com um terço das noivas menores de idade do mundo. "Elas abandonam a escola; elas perdem sua liberdade; elas ficam sob controle de seus maridos e sogras; elas perdem sua rede social; e apresentam maior probabilidade de morrer e uma probabilidade 10 vezes maior de serem vítimas de violência sexual do que as meninas adolescentes não casadas", ele disse. Muitas das mortes estão vinculadas a disputas em torno dos dotes exigidos pelas famílias dos noivos.
Os indianos urbanizados que estão passando a casamentos semiarranjados dizem que a mudança não teria ocorrido tão rapidamente sem o crescimento dos sites de casamento e a proliferação de celulares, que dão aos indianos jovens uma forma de conversar longe dos ouvidos de suas famílias.
À medida que noivas e noivos potenciais cada vez mais assumem um papel no cortejo, as fórmulas dos sites de casamento para sugestão de candidatos e candidatas potenciais tiveram que mudar, disse Gourav Rakshit, chefe de operações do Shaadi.com, o maior desses sites. "Nós vimos mudanças acentuadas em pessoas usando fatores de compatibilidade em suas buscas, em vez de apenas os parâmetros mais restritivos do passado", como riqueza e casta, disse Rakshit.
No final, Garima Pant, cujo celular se tornou um instrumento de rebelião, em grande parte conseguiu o que quis. Ela insistiu em se encontrar com seu futuro marido, Manas Pant, sozinha antes de tomar uma decisão, uma exigência antes rara que agora é rotina nos casamentos semiarranjados. Uma data foi marcada no Café Turtle, no luxuoso Khan Market de Nova Déli, e Garima Pant concordou em ir de carro buscar Manas Pant (cujo sobrenome era coincidentemente o mesmo dela).
"Eu atrasei 20 minutos para pegá-lo e ele odeia quando pessoas se atrasam", disse
Garima Pant. Manas Pant, 28 anos, um profissional de marketing para empresas de tecnologia,apresentou uma versão ligeiramente diferente: "Na verdade, ela chegou 25 minutos atrasada", ele disse. "Então ela bateu em um carro." Mas ele já estava comprometido em se casar com ela,e ela ficou impressionada com a reação dele. "Ele disse, 'Começamos bem'", ela contou. "Era uma piada e pensei, 'Ok'. Não estou dizendo que ouvi sinos ou algo assim, mas foi a coisa certa a dizer."
Tradutor: George El Khouri Andolfato__
O casamento de Romeu e Julieta (Marcelo Camelo)
Assim que o amor entrou no meio
o meio virou amor
O fogo se derreteu,
o gelo se incendiou
e a brisa que era um tufão,
depois que o mar derramou,
depois que a casa caiu o vento da paz soprou
Clareou,
refletiu,
se cansou do ódio e viu que o sonho é real
e qualquer vitória é carnaval, carnaval, carnaval.
Muito além da razão bate forte emoção,
ilusão que o céu criou onde apenas o meu coração amará, amará.
O amor não se tem na hora que se quer,
ele vem no olhar.
sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz.
Vem aqui
vem viver
não precisa escolher os jardins do nosso lar preparando a festa pra sonhar, pra sonhar, pra sonhar.
Faça chuva, vem o sol em comum o futebol deu você e o nosso amor convidando as mágoas pra cantar,
pra cantar, pra cantar.
O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar.
sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz.
Assim
que o amor entrou no meio
o meio virou amor
O fogo se derreteu,
o gelo se incendiou
e a brisa que era um tufão,
depois que o mar derramou,
depois que a casa caiu o vento da paz soprou
Clareou,
refletiu,
se cansou do ódio e viu que o sonho é real
e qualquer vitória é carnaval, carnaval, carnaval.
Muito além da razão bate forte emoção,
ilusão que o céu criou onde apenas o meu coração amará, amará.
O amor não se tem na hora que se quer,
ele vem no olhar.
sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz.
Vem aqui
vem viver
não precisa escolher os jardins do nosso lar preparando a festa pra sonhar, pra sonhar, pra sonhar.
Faça chuva, vem o sol em comum o futebol deu você e o nosso amor convidando as mágoas pra cantar,
pra cantar, pra cantar.
O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar.
sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz.
Doctor Who : Episódio 2, Terceira temporada - “The Shakespeare Code” -
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ygSnltuueLM
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
Aula 02 – LEITURA
Objetivo: Introduzir algumas informações sobre Shakespeare e a estrutura de uma peça teatral. Iniciar a leitura de Romeu e Julieta, marcando personagens, entonação e ritmo de leitura, para que os alunos possam prosseguir sozinhos.
Estratégias:
- Apresentação de Shakespeare e estrutura da peça:
- Utilizando do PowerPoint (ANEXO 2) sobre Shakespeare, apontar marcos na vida do autor, relacionando-os com o que foi visto do episódio de Doctor Who na aula passada.
- Distribuir os livros.
- Explicar a estrutura de uma peça: composta só de diálogos, com indicação dos cenários (na rua, na sala, etc) e da movimentação dos personagens (entra Julieta, sai o criado, lutam, dançam, etc).
- Situar Romeu e Julieta: onde se passa e quais são os personagens e sua relação (powerpoint com divisão das famílias, slide 1 e 2 - ANEXO 3).
- Leitura dramatiza do primeiro ato de Romeu e Julieta:
Leitura em voz alta pelos bolsistas do primeiro ato, enquanto os alunos acompanham no livro. No datashow, cenas congeladas de filme são projetadas, como um cenário para as cenas do primeiro ato. (ANEXO 3.)
Prólogo: slides 3 e 4 (Verona);
Cena 1 (até a entrada do Príncipe e de Capuleto e Lady Capuleto): slides 5, 6, 7;
Cena 1 (entrada do Príncipe): slides 8 e 9;
Cena 2 (uma rua): slide 10;
Cena 3 (uma sala na casa dos Capuleto): slide 11;
Cena IV (uma rua com os mascarados): slide 12;
Cena V (salão dos Capuletos, músicos): slide 13;
Cena V (Romeu dança e conversa com Julieta): slides 14 e 15.
- Comentários e discussão em sala:
Perguntar aos alunos suas impressões sobre o primeiro ato e tirar dúvidas que possam ter surgido com relação a leitura: acharam algo engraçado? Gostaram do que leram?; etc.
Comentários e contextualização histórica: dados de analfabetismo da época (fala do criado dos Capuleto para Romeu); idade de Julieta e casamento, relacionar com a notícia da primeira aula sobre casamento na Índia.
Tabela 3.1 – Dados sobre analfabetismo – Índice de leitores na Inglaterra:
Década |
Leitores |
Total da população |
1790 |
80 mil |
6 milhões |
Tabela 3.2 – Dados retirados através da circulação de jornais e periódicos:
Ano |
Diariamente |
Semanalmente |
1704 |
6.257 |
43.800 |
1753 |
23.673 |
165.711 |
- Indicar leitura dos atos 2 e 3 para casa:
Criar suspense sobre o que vai acontecer nos próximos atos: como vai se desenrolar o namoro?; o que acontecerá na festa?; etc.
Comentários:
Organizar os alunos em roda ajudou muito na concentração e atenção da turma, eles ouviram mais e falaram majoritariamente sobre a peça e o que estava acontecendo nela. Os alunos se mantiveram atentos enquanto fazíamos a leitura do ato, se focaram tanto no livro físico que não repararam nos slides preparados.
No final da aula, ao pedir a lição de casa (leitura dos atos 2 e 3), os alunos sugeriram que eles também lessem na próxima aula, já que queriam muito participar.
Observação: a partir desse momento, passamos a contar com a colaboração da bolsista AMANDA GONZALES em sala de aula.
Materiais:
SHAKESPEARE. Romeu e Julieta. Trad. Beatriz Viégas-Faria. Porto Alegre: LP&M, 1998.
Obs: os livros foram adquiridos com a contribuição dos alunos e a verba foi complementada pela supervisora e pela coordenadora.
ANEXO 2 – Power point – Shakespeare Introdução
ANEXO 3 – Power point – Romeu e Julieta cenários
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
AULA 3 – Continuidade da leitura
Objetivo: Retomar a leitura feita em casa, verificando dúvidas e estimulando a dramatização das cenas.
Estratégias para a leitura dramatizada pelos alunos dos atos II e III:
1. Formar grupos menores para organizar as cenas a serem lidas durante a aula. Passar em todos os grupos perguntando qual cena ou trecho eles gostariam de ler, após essa passagem, organizar a sequência de leitura para que não haja conflito ou leituras repetidas.
2. Chamar um grupo de cada vez para fazer a leitura de sua cena.
3. Complementar a leitura, caso ainda faltem cenas importantes para serem lidas.
4. Para casa: solicitar a leitura do ato 4 para próxima aula.
Comentários
Começamos a aula dividindo os alunos em grupos para que eles pudessem ensaiar a leitura antes de apresentá-la. A grande maioria ficou muito animada com a ideia e se envolveu bastante na atividade, tanto que os trechos que havíamos separado para eles lerem não foram suficientes pela quantidade de grupos. Apenas 6 de 34 alunos não participaram da leitura voluntariamente. Grande parte deles leu bem e mostrou entender os personagens e suas funções na peça (humor, drama, etc.).
Ao final da leitura, os alunos pediram para que déssemos feedback já que queriam saber se leram bem, se respeitaram entonação, pontuação, etc. De um modo geral, a aula foi muito boa e satisfatória.
Observação: A partir desse momento passamos a contar com a colaboração da bolsista GIOVANNA INGLES em sala de aula.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
AULA 4 – Conclusão da leitura
Objetivos: Retomada dos atos lidos anteriormente e leitura do ato final, com o objetivo de estimular os alunos a falar livremente, expressar opiniões e construir uma interpretação do texto.
Estratégias:
1. Dar retorno aos alunos sobre a atividade feita na última aula, com comentários sobre entonação, respeito à pontuação, etc.
2. Construir com os alunos um resumo dos atos 2, 3 e 4, através de perguntas como: Como começa o ato? O que acontece depois disso? Como termina o ato 2? Quem morre no ato 3? O que acontece no ato 4? Etc.
3. Leitura do ato 5 e comentários
3.1. Pedir para alunos se voluntariarem para participar da leitura na cena 3 do ato 5. Leitura dramatizada dos bolsistas em conjunto com os alunos voluntários.
3.2. Ao final da leitura, passar mashup de várias músicas que abordam Romeu e Julieta, perguntar aos alunos o que eles acharam, se encontraram relações entre o que ouviram e a leitura, etc.
3.3. Ouvir as impressões que os alunos tiveram sobre a peça: Gostaram do que leram? Conheciam o final? O que não gostaram? Qual personagem agradou mais? Etc. Após esse momento inicial, especificar mais as perguntas em relação aos acontecimentos da peça, contextualizando-os: vocês perceberam em quanto tempo se passa a peça? O que acharam da atitude de Romeu (um dia amar Rosalina, no outro amar Julieta)? O que acharam da relação entre o Lorde Capuleto e Julieta? Etc.
Comentário:
A aula se iniciou com o retorno da leitura feita na última aula, o que pareceu deixar os alunos animados para ler novamente e continuar prestando atenção. Fizemos um resumo dos atos 2, 3 e 4, o que nos ajudou a perceber que eles tinham domínio do que estavam lendo e do tema da peça. Notamos também que a participação deles na leitura na aula passada ajudou-os a entender melhor a peça (os alunos gravaram bem melhor o que aconteceu com os personagens e ato que eles leram).
Para a leitura do ato 5, tivemos vários voluntários que se integraram muito bem na dramatização. Ao terminar, tocamos a música preparada, mas infelizmente ela não teve muito efeito, já que o áudio da sala multimídia não é muito bom. Depois disso, passamos o restante da aula conversando com os alunos sobre as impressões que eles tiveram lendo a peça. A discussão foi bem produtiva e frutífera, ainda que os alunos estivessem muito agitados, o que nos fez parar algumas vezes para pedir silêncio dura a leitura.
Material:
ANEXO 4 – MÚSICAS ROMEU E JULIETA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
AULA 05 – Repercussão de Romeu e Julieta através dos tempos e proposta de atividade escrita
Objetivos: Ampliar o acesso à cultura, através de relações intertextuais e releituras de Romeu e Julieta, nas mais variadas representações artísticas, ao longo dos tempos. Estimular a escrita e o registro de leitura, a partir das representações vistas e discutidas.
Estratégias:
- Apresentação de slides com o Datashow (ANEXO 5) os alunos podem com diversas obras influenciadas pela peça no decorrer dos anos.
- Incialmente, uma breve mostra de pinturas em ordem cronológica, chamando a atenção para as diferenças entre elas de acordo com o estilo da época.
- Apresentação de uma parte de um ballet inspirado em Romeu e Julieta, a cena escolhida foi a da morte. Discutir com os alunos os elementos da peça no ballet e de que forma foram representados.
- Leitura do Soneto 96 de Shakespeare e discussão sobre os temas apresentados no soneto e de que maneira se relacionam com a peça.
- Atividade: propor aos alunos a atividade escrita que será realizada na aula seguinte.
- Dividir a turma em grupos, e discutir as diferentes representações apresentadas na primeira parte da aula.
- Conversar com os alunos sobre suas preferências e apresentar as opções de produção inspiradas na peça.
COMENTÁRIO 9E
Tivemos receio de que as atividades da primeira parte com as obras de arte e, principalmente, com o vídeo do ballet (que durava por volta de 10 minutos) seriam um pouco cansativas para os alunos. Contudo, a resposta deles foi bastante positiva. Quase toda a turma fez comentários e perguntas sobre as pinturas e todos assistiram o ballet com muita atenção, além de realizarem várias observações interessantes na discussão pós-vídeo. Na segunda parte, não houve problemas quanto ao desinteresse em escolher uma modalidade de escrita, a maioria já tinha várias ideias do que fazer e o número de alunos interessados em fazer uma adaptação através de poemas nos surpreendeu.
Material:
ANEXO 5 (slides de artes plásticas).
BALLET: Roméo & Juliet, Tybalt Death, Coreografado por Jean-Christophe Maillot, "Les ballets de Monte-Carlo". Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FZYSCFUUv6o
Videoclip: Daft Punk – Instant crush. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a5uQMwRMHcs&ebc=ANyPxKqSPUAbSjL_EaLJc6LF98r1_seh8IrMDrG0TCLqLb_40MjVs0nbXznuHSE5lUO28LT4U8UwTvcDrwtRnf8vMhQnUKfDAg&spfreload=5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
AULA 06 – ATIVIDADE ESCRITA
Objetivo: Estimular a criatividade dos alunos, registrar o processo de leitura, desenvolver a escrita.
Estratégias:
- Relembrar o que foi trabalhado em Romeu e Julieta
- Antes da atividade escrita, promover um ‘’flashback’’ sobre tudo o que aconteceu na peça para que a escrita tenha mais detalhes.
- Com perguntas, recuperar com os alunos as informações sobre personagens e sobre o enredo da peça, deixando com que eles costurem suas ideias e impressões.
- No quadro, colocar os personagens (divididos por famílias) e cenas chave do enredo (cena da varanda de Julieta, morte de Mercúcio e Teobaldo, etc.)
- Escrita criativa
- Explicar para os alunos a proposta de atividade de escrita criativa: eles têm a aula toda para escolher uma das opções e criar um texto. As opções são: final alternativo para a peça, transformar a peça em prosa, escrever um poema, uma letra de música, fazer um desenho com comentário crítico ou criar uma atualização da peça.
- As opções devem ser colocadas no quadro junto com informações básicas: nome, número na sala, número de linhas, etc.
COMENTÁRIO
Começamos a aula explicando e relembrando a peça, o que se mostrou bem positivo: os alunos lembraram de vários detalhes do enredo e das famílias que compõem a peça. A maioria dos alunos já tinha definido o que iria fazer como atividade escrita na aula passada, então não tivemos muitos problemas com dúvidas ou dificuldades de escolha do tema. A aula correu muito bem e foi tranquila, considerando o tamanho da atividade e a agitação da turma. Utilizamos as duas aulas na atividade.
Os textos produzidos pelos alunos foram considerados excelentes, tendo como primeiro critério de avaliação o atendimento da proposta da atividade e a adequação à leitura e discussões da peça. Os problemas de ortografia, concordância e pontuação foram anotados e comentados, para serem trabalhados na próxima aula (reescrita.)
Resultado:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
AULA 07 – REESCRITA DA ATIVIDADE
Objetivos: Dar um retorno aos alunos sobre os textos produzidos na última aula e estimular o processo de reescrita e revisão.
Estratégias:
- Atividade: reescrita do texto produzido na última aula (80 min)
- Depois de elogiar e comentar o resultado da atividade de escrita da última aula, os alunos serão estimulados a, individualmente, trabalhar seus textos em cima dos comentários e correções feitas pelos bolsistas.
- Os bolsistas circularão entre os alunos, tirando dúvidas e esclarecendo os comentários e correções.
- Ao final da atividade, os bolsistas perguntarão aos alunos se eles querem ter seus textos publicados em um livro que ficará como recordação para eles e também na biblioteca do colégio.
COMENTÁRIO
A aula correu bem, os alunos receberam os seus textos e trabalharam na reescrita enquanto os bolsistas se dividiram para conversar com cada aluno da sala e tirar dúvidas sobre a correção e comentários de cada texto. Como alguns alunos se empolgaram na escrita, foram necessárias as 2 aulas para fazer a reescrita de seus textos. No final da aula, perguntamos se alguém gostaria de deixar seu texto de fora do livrinho, mas (felizmente!) todos os alunos se empolgaram com a atividade e gostaram muito da ideia de ter o livro, por isso, foi aceitação total!
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Setor de Ciências Humanas
Curso de Letras
AULA 08 – Encerramento das atividades em torno de Romeu e Julieta
Objetivos: aplicar questionário sobre a leitura e o resultado de nossas atividades, para que possamos refletir sobre nossa prática. Assistir ao filme “Romeu e Julieta”. Entregar para cada um o livro produzido com os textos dos alunos, como estímulo à leitura e escrita. Agradecer a participação da turma nas nossas atividades.
Estratégias:
- Aplicação do questionário.
- Solicitar aos alunos que respondam (anonimamente) ao questionário, com o intuito de saber o que os alunos acharam da leitura de uma peça de Shakespeare, se eles se surpreenderam com a obra e se leriam outra peça do autor.
- Perguntas do questionário:
- Você gostou de ler Romeu e Julieta? Você se susrpreendeu?
- Você gostaria de ler outra peça de Shakespeare?
- O que você achou da experiência de ter o livro e poder ler em casa?
- O que você achou das atividades feitas em sala com o livro? Gostou das aulas? Tem alguma sugestão?
- O que você pensa sobre as aulas de Português?
- Filme Romeu e Julieta (Direção Carlo Carlei, 2013).
- Assistir ao filme.
- Conversar com os alunos sobre o que acharam do filme e se conseguem relacionar com a obra lida. Ouvir a opinião dos estudantes acerca do filme.
- Entrega dos livros feitos a partir da produção escrita dos alunos.
COMENTÁRIO
O questionário, feito anonimamente, durou cerca de 10 minutos. Tivemos medo de que não desse para assistir ao filme na íntegra e de fato o tempo não foi o suficiente para terminar; mas os alunos ficaram muito empolgados e alguns demonstraram interesse em assistir em outro momento, em casa. A maioria demonstrou ter feito bastante relação com a leitura do livro e pareceram bem surpresos com a representação dos personagens no filme. O momento da entrega do livro produzido por eles foi bem interessante porque todos ficaram muito empolgados ao verem suas produções. Também foi bacana a reação deles diante das produções dos colegas e os comentários em relação às criações dos amigos: todos ficaram muito animados com o próprio resultado e o dos colegas.
Resultados:
ANEXO 6E: Dados quantificados do questionário final.
ANEXO 7E: Livro produzido com os textos dos alunos do 9E (sem identificação)