UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Setor de Ciências Humanas

Curso de Graduação em Letras

 

 

Formação de Leitores: Integrando Biblioteca e Sala de Aula

Coordenadora: Profª. Drª. Renata Praça de Souza Telles

Bolsistas: Anderson Chcrobut, Ingrid Faustino Vieira, Mariana Buchmann e Rafael Strogenski Silva Soares

 

UNIDADE 2 – GRAFITE/LEMINSKI

 

Objetivo da Unidade: Partir de tema de interesse dos alunos (grafite) e incentivar a leitura de imagens e poemas. Dar voz ao aluno e estimular a argumentação e a expressão de opinião própria.

 

 

  1

 

Objetivo: Introduzir o tema, despertar o interesse, incentivar a leitura de matérias jornalísticas.

 

Metodologia:

 

1.       Colocar no quadro algumas imagens de grafites em Curitiba e conversar um pouco com os alunos sobre o que eles acham que podem ser essas imagens e a que elas se referem. Deixar que as opiniões surjam e, se necessário, instigá-los a falar. (10 minutos)

2.    Conversar um pouco mais sobre a força que esse tipo de intervenção urbana tem e a influência que ela pode exercer na vida das pessoas nas cidades. (de 5 a 10 minutos)

3.       Dar aos alunos 2 textos[1] de jornais sobre o grafite e eventos relacionados. Cada aluno terá apenas um dos textos, que deverá ler e depois contar ao colega que ficou com um texto distinto como era e sobre o que falava o texto lido. (10 minutos)

4. Solicitar aos alunos que tragam para a próxima aula desenhos, imagens, textos, música ou uma entrevista cujo tema seja principalmente o grafite, ou a arte de rua.

 

 

Comentário: Pudemos perceber que no princípio, com as imagens no quadro, os alunos até se empolgaram um pouco, mas logo dispersaram e foi bastante difícil conseguir fazer com que eles falassem. Depois dessa aula, começamos a tentar colocar os alunos em grupos menores para fazê-los prestar mais atenção e interagir mais.

      A leitura foi bastante produtiva, eles entenderam todos os aspectos do texto. O lado menos produtivo foi o tipo de verificação de leitura proposto. Perguntar coisas pontuais, tais como: quando foi que aconteceu a Bienal do Grafite em São Paulo fez com que eles logo dispersassem e começassem a dizer que não sabiam ler!

 

 

Anexo: textos e imagens.

http://ufpr.sistemaspibid.com.br/site/uploads/sigpibid_ufpr/arquivo/Portugues 3/433/IMAGENS_GRAFITE.docx

http://ufpr.sistemaspibid.com.br/site/uploads/sigpibid_ufpr/arquivo/Portugues 3/434/IMAGENS_GRAFITE_2.docx

 

ANEXOS

 

Bienal do Grafite traz obras de 60 artistas de todo o mundo para São Paulo

Estadão Conteúdo

Publicado: 20/04/2015 21:12 BRT Atualizado: 05/05/2015 14:27 BRT

 

 

Há tempos o grafite deixou de ser apenas uma cultura das ruas. O street art tem invadido cada vez mais os espaços das galerias, fazendo com que as pessoas enxerguem as pinturas sob outra ótica. Prova disso é a Bienal Internacional de Graffiti Fine Art, cuja terceira edição abriu suas portas para o público na tarde de sábado, 18, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Murais, paredes e quadros pintados com spray, estêncil e pinceis, além de esculturas e videoarte, ditam o tom da Graffiti Fine Art, que conta com obras de 60 grafiteiros domundo todo, incluindo Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Chile, Peru e Japão. "A rua ainda é o maior palco para o grafite. Hoje, no entanto, ele está culturalmente mais forte e inserido em outros espaços. O objetivo da exposição, portanto, também é apresentar ao público os diferentes estilos e técnicas do grafite", afirma Binho Ribeiro, curador da mostra.

Artistas que têm obras autênticas e são representativos nas cidades onde moram ao redor do mundo foram os que melhor conseguiram prender o olhar de Ribeiro. "A intenção é misturar estilos, técnicas e conceitos de grafiteiros reconhecidos, veteranos e novos. A mostra traça uma trajetória que vem desde o início da cultura do grafite, em Nova York, e reúne diversas gerações de artistas, todos de alto nível técnico, sejam nomes consagrados ou novos talentos", completa.

Segundo a idealizadora do projeto, Renata Junqueira, a proposta central não é desmarginalizar o grafite, uma de suas características, mas dar um outro olhar a ele. "A ideia principal era fazer com que o grafite fosse visto de maneira diferente dentro de um espaço mais intimista. Nas ruas, as pessoas, geralmente, não olham para os detalhes do desenho e como a técnica é desenvolvida. Portanto, é um jeito da pessoa estar mais próxima do grafite e apreciá-lo. Elas precisam enxergar o grafite como arte. Com essa proximidade, fica mais fácil das pessoas analisarem isso. Queremos propiciar esse contato. De uns tempos para cá, o grafite deixou de ser marginalizado para ser apreciado", afirma Renata.

 

Projeto

A Bienal Internacional Graffiti Fine Art teve sua primeira edição em setembro de 2010, fruto de uma compilação de seis eventos do inédito projeto de arte urbana Graffiti Fine Art, criado por Binho Ribeiro e Renata Junqueira. O Pavilhão das Culturas Brasileiras, projetado por Oscar Niemeyer nos anos 1950, na zona sul da capital paulista, foi o espaço escolhido para abrigar a exposição em 2015, após dois anos sendo realizado no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura).

Expectativa

Grande parte das obras foi criada exclusivamente para a 3ª Bienal. Muitas delas, inclusive, acabaram sendo pintadas na hora. Alguns grafites, entretanto, chamam a atenção por estourar o tamanho da tela. O norte-americano Pose II e o alemão Tasso são os grandes nomes da exposição, que tem entrada gratuita e vai até 9 de maio. O evento promete atrair muita gente. Em 2013, mais de 60 mil pessoas prestigiaram a mostra.

Para o administrador de empresas Diego Ramos Rumbeira, 24, a exposição traz o melhor da arte contra cultural da periferia para os grandes centros. "Acho ótimo que o maior número de pessoas possa ver isso aqui no Ibirapuera. Trata-se de uma chance de ouro para apreciar a arte que teve início nessas regiões mais pobres. Isso também é arte", afirma o jovem.

A estudante de Rádio e TV, Juliana Barbosa Alcântara, 19, também gostou das obras que viu. "Nunca tinha visto tanta coisa bonita. Eu, particularmente, não conhecia o grafite de maneira tão detalhada e intensa. Era algo distante da minha realidade. Com essa exposição, a gente consegue ver todos os detalhes", afirma a adolescente. As informações são do jornal

3ª BIENAL INTERNACIONAL DE GRAFFITI FINE ART acontece no Pavilhão das Culturas Brasileiras. Rua Pedro Álvares Cabral, Parque do Ibirapuera, 5083-0199. 3ª, das 10h às 21h; 4ª a dom., das 10 às 18h. Grátis. Até 19/5.

Disponível em: http://www.brasilpost.com.br/2015/04/20/bienal-do-grafite_n_7099744.html

Consultado em 12 de agosto de dois mil e quinze

 

 

 

 

O curitibano Thiago Syen é um dos artistas convidados do evento de grafite Street of StylesVISUAIS

Curitiba sedia encontro internacional de grafite

Evento reúne 250 artistas de todas as partes do Brasil e do mundo. Debates, intervenções e workshops integram a programação

02/04/2013   21h03

 Da Redação

Texto publicado na edição impressa de 03 de abril de 2013

Street of Styles – Encontro Internacional de Graffiti

De 4 a 7 de abril, em locais e horários diversos. Mais informações pelo telefone (41) 9810-9780 e no site www.streetofstylescwb.blogspot.com. Entrada franca.

Tem início nesta quinta-feira, 4, em Curitiba, mais uma edição do Street of Styles – Encontro Internacional de Graffiti, evento que pretende promover o intercâmbio como plataforma principal e de difusão cultural entre o cenário do grafite.

Ao todo, estarão presentes 250 artistas de 17 estados brasileiros e de 12 países, que participam de workshops gratuitos, debates e da pintura coletiva de dois muros em bairros distintos da capital paranaense.

Durante o encontro, haverá ainda apresentações ao ar livre e pocket shows de MCs, grupos de rap, beat makers e DJs, além de rodas e batalhas de dançarinos de breaking (estilo de dança de rua). O evento conta com apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

* * * * *Programação

Confira a agenda de atividades do Street of Styles – Encontro Internacional de Grafitti, que acontece de amanhã a domingo, em Curitiba:

Quinta-feira, dia 4 - Workshops gratuitos

Cursos de três horas com os artistas Shock (SP), Lelin (SP), Seth (CWB) e Asew (CWB). Em diversos horários, na Escola Estadual Doracy Cezarino e no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), no bairro Parolin. Inscrições encerradas.

Sexta-feira, dia 5 - Debate Graffiti e Sociedade

Mesa-redonda com artistas e aberto ao público. Centro de Capacitação da Secretaria Municipal de Educação (R. Dr. Faivre, 398, Centro), (41) 3350-8484. Das 19 às 22 horas.

Sábado, dia 6 - Encontro de Graffiti

Pintura coletiva de um mural com artistas convidados de diversas partes do Brasil e do mundo. Paraná Clube Subsede Boqueirão (R. Pe. Antônio Polito, 6, Boqueirão). Das 9 às 18 horas.

Domingo, dia 7 - Encontro de Graffiti

Pintura coletiva de um mural com artistas convidados de diversas partes do Brasil e do mundo. R. Antônio Melillo, 150, Parolin. Das 9 às 18 horas.

*Todos os eventos têm entrada franca.

 

Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/curitiba-sedia-encontro-internacional-de-grafite-e6v3udksbzzsk1mvc18i9s3ta. Acesso em 12/08/2015.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 2

 

Objetivo: Estimular a criatividade e a pesquisa. Valorizar a produção do aluno. Introduzir a leitura de poemas.

 

Metodologia:

 

 

1.   Pedir aos alunos que apresentem o material solicitado na aula anterior. Eles devem explicar um pouco sobre a escolha e a pesquisa e qual a intenção da produção que realizaram. (cerca de 45 minutos, contando com possíveis comentários)

 

NA SALA INTERATIVA

 

2.   Sugerir que, “como os trabalhos ficaram excelentes”, seja produzido um cartaz a ser exibido para toda a escola. Os alunos podem escolher dentre o que foi trazido ou produzido o que eles gostariam que fosse afixado no cartaz. Eles podem, por fim, produzir pequenos títulos que expliquem os desenhos e outros. Esses comentários devem ser revisados pelos bolsistas. Fica a cargo dos alunos decidirem se querem produzir os títulos manualmente ou se devem ser digitados e impressos pelos bolsistas. (cerca de 30 minutos)

 

3.  Fixar nas paredes pequenas coletâneas de fotos de grafites de 15 importantes grafiteiros ao longo da história. A ideia é que os alunos, para essa atividade, possam deslocar-se ao longo da sala de aula vendo as obras e lendo um pouco a respeito dos artistas, além de identificar diferenças e semelhanças entre elas. Essa atividade é pensada como uma aproximação do ambiente dos museus, pela disposição das imagens na sala de aula (mas os alunos não precisam saber que as obras estarão dispostas como se fosse um museu). (de 10 a 15 minutos)

 

                                    3. Separar os alunos em grupos de cerca de 3 componentes e pedir que eles conversem um pouco sobre as obras que mais gostaram. Após alguns minutos em grupos, as ideias devem ser expostas para toda a turma. Uma conversa informal pode ser incentivada. (5 minutos)

 

4. Projetar o power point sobre Paulo Leminski,  mostrando as diferentes artes feitas com poemas e imagens do poeta. http://ufpr.sistemaspibid.com.br/site/uploads/sigpibid_ufpr/arquivo/Portugues 3/435/PAULO-LEMINSKI_1.pptx Os bolsistas podem ler os poemas em voz alta, ou, podem ser os próprios alunos a fazê-lo para a turma. Neste momento deve circular pela sala um livro do autor a fim de mostrar aos alunos alguns poemas diferentes daquelas que estão pela cidade. Distribuir e fazer circular entre os alunos, poemas de outros poetas: Manuel Bandeira, Haroldo de Campos e Chacal.

      Logo em seguida, estimular a interpretação dos alunos, através de uma conversa com a turma, com o objetivo de deixá-los expor sua impressões sobre o que mais chamou a atenção. Por fim, fazer uma leitura mais acurada do poema, levantando questões como rima, encavalgamento (enjambement), sonoridade e o que mais for pertinente, sem, no entanto, transformar a leitura em uma aula sobre recursos formais e análise estilística.(de 20 a 30 minutos)

 

 

 

 

  Comentário: O plano acima foi pensado para duas semanas diferentes, mas, como os alunos acabaram não trazendo de casa desenhos e  nenhum tipo de produção artística, acabamos indo mais adiante, chegando ao powerpoint sobre o Leminski.

Essa foi uma das aulas mais produtivas. Os alunos gostaram muito dos desenhos escolhidos para compor o “museu” e acabaram até levando algumas das imagens. Além disso, eles expuseram sem problemas de quais obras haviam gostado mais e as razões das escolhas.

 

 

 

Plano 3

Objetivo: Retomar a discussão dos poemas, estimular o debate e a produção de texto de opinião.

Metodologia:

 

  1. Começar a aula relembrando os poemas que foram lidos na semana anterior (“Camelos” e “Trem de Ferro”, de Manuel Bandeira; “De ouvido” de Paulo Leminski; “Sol a la cummings”, de Haroldo de Campos e “Papo de Índio”, de Chacal). Os alunos devem ser estimulados a responder se eles gostaram do poema e por quê. (5 minutos para cada um dos grupos)
  2. Em seguida, apresentar o texto do jornal Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/10/1526236-grafite-e-apagado-para-divulgar-evento-de-alunos-de-medicina-da-usp.shtml), que discorre sobre o muro, em São Paulo, onde grafites foram cobertos por um anúncio de uma festa de alunos da USP. Os bolsistas leem em voz alta.

Obs.: uma leitura em voz alta bem feita (respeitando pontuação e entonação), com os alunos acompanhando com o texto em mãos, é um belo aprendizado.

  1. Estimular um debate para ouvir diferentes opiniões acerca do fato noticiado. Os bolsistas devem dar voz a cerca de três alunos que tenham diferentes pontos de vista.
  2. Incentivar a produção de um texto argumentativo/opinativo sobre o fato, lido na notícia de jornal, de o grafite ter sido apagado  para dar lugar a um anúncio: ” Como não foi possível ouvir a opinião de todos, escrevam um texto opinativo com argumentos contra ou a favor do grafite como forma de arte e expressão (atacando ou defendendo o ato dos alunos da USP).”

Proposta: Você considera o grafite uma forma legítima de arte e de expressão? Se a sua resposta é sim, escreva um texto defendendo a sua preservação. Se a sua resposta é não, escreva um texto defendendo seu apagamento na cidade. Esses textos podem ser publicados no nosso mural que irá mostrar as nossas  discussões e produções sobre o assunto.

 

Comentário: Essa também foi uma aula muito produtiva. As leituras foram bastante claras para eles e eles interagiram bastante com suas opiniões. A segunda parte da aula, a produção de um texto argumentativo defendendo um ponto do vista acerca do ocorrido em São Paulo, rendeu muitas outras discussões.

 

 

 

Plano 4

 

Objetivo: Dar um retorno aos alunos sobre a produção escrita, levando-os a perceber a importância da adequação da linguagem ao contexto. Encerrar a unidade, estimulando a exposição dos trabalhos dos alunos.

 

  •  

 

  1. Discutir o problema da adequação da linguagem a cada situação específica, para além da ideia de certo ou errado. Os textos dos alunos produzidos na aula anterior, apesar de muito bem argumentados, apresentavam problemas quanto à adequação de vocabulário, com grande quantidade de palavrões. Para levar os alunos a perceberem o problema,  foi mostrado o vídeo do Senador Fernando Collor no Senado Federal,  fazendo um discurso e terminando-o com palavras de baixo calão. Discutir a repercussão do fato, mostrando aos alunos que existem atitudes e linguagens  aceitas, e outras nem tanto, em determinados contextos e situações.

 

  1. Retomar a produção do cartaz, com os desenhos e escritos realizados durante uma das aulas da Professora Supervisora, Vera Baena. Autorizados pelo Diretor, levar tinta e papel pardo para a realização da atividade.http://ufpr.sistemaspibid.com.br/site/projects/40/albums/369

 

  • Essa foi a melhor aula dentro da unidade temática. Os alunos gostaram muito de produzir desenhos e frases para o cartaz, que depois foi exposto nas paredes do colégio. Além disso, a primeira aula, sobre adequação ao contexto, foi muito bem recebida e foi uma das poucas vezes que a turma fez muito silêncio para ouvir o que os bolsistas diziam.

 

 

 

 

[1] http://www.brasilpost.com.br/2015/04/20/bienal-do-grafite_n_7099744.html e http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g/curitiba-sedia-encontro-internacional-de-grafite-e6v3udksbzzsk1mvc18i9s3ta