A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9.394/96 prevê o ensino de arte na educação básica, assim como também indicam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) assinalando a importância dos saberes artísticos na educação. Dessa forma, a prática teatral na sala de aula gera dúvidas gigantescas na cabeça de educadores preparados para trabalhar com o mesmo, imagine então para os indivíduos que levam a prática teatral para os alunos sem qualquer preparo, pois infelizmente ainda hoje em dia, com todos os esforços no ensino superior, com cursos de formação na área artística, temos pouquíssimos professores formados em Artes nas escolas brasileiras. A disciplina ainda é ministrada pelos professores de português, de História, de Literatura, etc. No teatro desenvolvido na escola, o aluno tem que ser parte viva do processo e vários autores e teóricos apontam alguns caminhos nessa linha de raciocínio e o de Viola Spolin e o jogo teatral, é o que mais chama a atenção e se tornou base deste trabalho como ponto de partida de um estudo mais aprofundado sobre o tema. A autora americana estabelece uma diferença entre dramatic play (jogo dramático) e game (jogo de regras), diferenciando assim a sua proposta para um teatro improvisacional de outras abordagens, através da ênfase no jogo de regras e no aprendizado da linguagem teatral (SPOLIN 2001;1999). É a partir do jogo teatral que se cria o processo criativo no teatro. Através desse jogo que o aluno se insere no teatro naturalmente, brincando, e ao enfatizar o jogo de regras, a autora concede ao educador uma maneira de conduzir que possibilita uma vivência mais rica. O fato de orientar algo não significa necessariamente podar a criatividade e a autonomia, pelo contrário, quando bem feito pode auxiliar o processo criativo dos envolvidos. Quando da utilização do jogo teatral ou de qualquer outro método mais centrado no aluno e nos meios do que nos fins, fica evidente a diferença que o teatro pode fazer na vida das pessoas, uma vez que elas se sentem parte de todo um processo que, em sua maioria, nem irá se tornar um espetáculo. Para a escola, o teatro pode ter um valor muito grande e se tornar um agente transformador do ambiente escolar e da comunidade na qual está inserida. O importante nessa quebra de paradigma na escola é que na administração escolar percebam os benefícios do teatro e ampliem a visão que possuem sobre o mesmo, possibilitando que um trabalho bem estruturado resgate o teatro como linguagem artística e área de conhecimento importante na formação do aluno.
REVERBEL, Olga. Um Caminho do Teatro na Escola. Série Pensamento e Ação no Magistério. São Paulo: Scipione, 1988.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. Tradução Ingrid Dormienkoudela e Eduardo José de Almeida Amos. São Paulo: Perspectiva, 1992.
SPOLIN, Viola – Jogos Teatrais na Sala de Aula: Um manual para o professor. Tradução Ingrid DormienKoudela, 2ª ed.,São Paulo: Perspectiva, 2010.