Adolescentes, Sujeitos na Sociedade

“ A alma dos diferentes é feita de
uma luz além.
Sua estrela tem moradas
deslumbrantes que eles guardam para os
poucos capazes de os sentir e
entender. Nessas moradas estão
tesouros da ternura humana dos quais
só os diferentes são capazes. Não
mexa com o amor de um diferente. A
menos que você seja
suficientemente forte para suportá-lo
depois”.
(Arthur da Távola)


A adolescência é um marco onde o sujeito começa a se capacitar para viver em sociedade.

Nesse período é formado a sua identidade e a vivência com o "outro" é o que vai determinar certos aspectos culturais no seu modo de agir, pensar e ser.

É o momento em que suas experiencias (frustrações e prazeres), possibilitam o amadurecimento do pensamento, da forma de enxergar-se no mundo. O raciocinio tornar a ser mais subjetivo e dai abre-se para a expansão da criatividade.

O texto de Ranña, em Mente e Cérebro - "Os desafios da adolescencia" trás muito desta questão. E uma das mais marcantes é quando o autor faz mensão da historicidade do “ser adolescente”. Das transformações sociais, culturais, em que está inserido, sendo estes aspectos muito influenciáveis na sua psicologia. Lembrando que é tão forte o interesse pelo fenômeno da adolescência que hoje se ver áreas específicas para essa parte da população. Vemos na Psicologia, Medicina, Odontologia e nas Leis que abrange também seus direitos e deveres sociais, culturais e responsabilidades educacionais.

"As transformações sociais,
culturais e psicológicas da vida
humana ao longo do século XX vão
alongar o tempo de passagem da
infância à maturidade. Desse processo,
emerge um sujeito meio criança,
meio adulto, e demorou muito tempo
para a própria ciência passasse a
reconhecê-lo.
Adolescente, adolescência e adolescer." (Wagner Ranña - Os Desafios da Dolescência).


Acompanhando o raciocínio do autor, sendo bem lembrado para melhor informação, o esclarecimento do que é Puberdade e Adolescência. Que ainda são vistos, pela grande maioria da população não científica, como sendo "a mesma coisa". Mas nisso há uma grande diferença, a primeira se dá algo fisico, em que o corpo expressa o desenvolvimento, o amadurecimento dos órgãos, em que o corpo do sujeito está entrando na fase adulta. Nessa fase há muita influência no modo de vida desses jovens, no que se consiste a sua dieta alimentar, lazer, se trabalham ou não - esforço físico e mental. Já na segunda, a Adolescência, que é o nosso foco em questão, se refere ao amadurecimento "mental", não sendo literalmente o "amadurecimento" ou "desenvolvimento" do cérebro. Mas o que proporciona a este jovem um esclarecimento do seu papel na sociedade, da forma como conduz sua vida, toma decisões, raciocina. E essas questões em grande parte são trabalhadas na sua formação educacional, adquiridas no lar, por seus tutores (sejam genitores, parentes ou não consanguíneos), nas relações escolares, e na cultura local.

O Sistema Capitalista tem uma grande influencia nas mudanças de comportamento de nossos jovens, desde o despertar para a adolescência, como o amadurecimento "precoce" do corpo. Em influencias atraves dos ídolos - no que vestem, comem, bebem, agem e o que consomem e lugares que frequentam - tudo na expressao da "forma de pensar", expressa em diversas maneiras, músicas, depoimentos, livros, TV, etc. Tudo para o consumo. A má alimentação - menos qualidade de vida e saúde, puberdade precoce; a ocupação do tempo - em que os tutores tem pouco tempo para educar devido as exigencias do sistema atual. Estes fatores geram um fenômeno conhecido como "adolescência tardia", em que o sujeito alcança os 25 anos de idade (já adulto, o corpo), como adolescente! A frase a seguir nao diz exatamente isso, mas se é sabido, em contraponto nos faz um alerta para um paradóxico - o do encurtamento da infancia e alongamento da adolescência.
Vejamos:

"Nas sociedades ocidentais que se
caracterizam pela globalização e
pela emergência de modalidades
complexas nos papéis sociais em função
da sofisticação do trabalho,
ocorre, de um lado, um alargamento do
tempo da formação profissional,
que até os 25 anos ou mais e, de
outro, a antecipação do término da
infância. A adolescência, assim,
torna-se um período ampliado."
(Wagner Ranña - Os Desafios da Adolescência).


Agora, passemos a outros aspectos significativos abordados do artigo que deferem estes termos, que é a passagem "não individual do adolescer". Pois bem, o que se ver hoje em dia, nas culturas ocidentais, sao jovens cada vez mais individualistas e passando por esta fase solitários. Em vista que em outras culturas, o sujeito passa por uma especie de ritual, e que corresponde com muito mais naturalidade e tranquilidade se comparado. O autor cita como exemplo os ritos judaicos, o "bar mitzvah (para meninas) ou o bat mitzvah (para meninos). E ainda acrescenta o que o homem contemporâneo está pagando caro pelas "trocas", que seriam a dos rituais tradicionais pela liberdade e individualidade, obtendo com isso a solidão e angustia. Seriao estes sentimentos os "tutores" interiorizados nos jovens ocidentais, e tem eles que aprender e lidar com isso, sozinhos. Dai a uma grande dúvida que se levanta, seria estes temores que tornam os nossos jovens brasileiros cada vez mais violentos? Esta questao nao é só minha, mas de todo o Estado. O que se ver são índices, números crescentes e com eles a faixa etária mortuária também se movimenta, as sugestões sao diversas para alcançar as respostas. As incidências são dados, que para o Estado não são apenas vidas perdidas, mas mão - de - obra que se perde em uma Republica tamanha como o Brasil. A economia perde, e os velhos envelhecem, e quem os materá? E para onde seguirá a nação. Estas são as inquietações do Estado, muito diferentes das preocupações maternais e escolares.

Bem, e como a ciência busca respostas e as indaga mesmo assim, esta nos terás um esclarecimento, até entao, obvio. Em que nessa fase, o sujeito nao tem noção de risco e se sente um ser eterno, apesar se saber que a morte existe, e esta é a única certeza sem que pode ocorrer a qualquer hora sem precisar de uma ação eminente. O artigo levanta a questão da superproteção familiar, ai voltamos a bater naquela mesma tecla, a da adolescência tardia. Em que o problema pode estar na constituição familiar ligado à ausência do pai. Mas, esta afirmação pode ser duvidosa, se partimos do seguinte pensamento - Em que ha muitos e muitos anos atrás, o pai era pouco visto em casa, assim sendo, toda a responsabilidade estava sobrecarregada pela mãe. E os pais nao eram muito afetuosos. Pode haver, como não pode haver, uma contradição ai. Hoje se ver pais participando e aqueles que nao participam.

A diferença faz os que participam. Entao, chego a pensar que esta questão pode ser descartada! É também de se observar, de que a educação que se dá aos meninos hoje em dia, pouco se difere do das meninas. E para a ciência, já se ver o sexo feminino diferente do masculino, coisa que mudou na educação no século atual. Em que nas gerações passadas a menina era tratada e educada diferente dos meninos. Mas uma coisa é certa, as necessidades são diferentes, o dispertar tanto para a puberdade, quanto para a adolescência, também são períodos diferentes, apesar da ciencia ainda generalizar um pouco as idades para ambos os sexos.

Outros são os relatos no textos, violência, gravidez nesta fase, porém, aqui foram levantados apenas os aspectos cruciais para troca de conhecimentos, atraves do debate aberto entre professores e estudantes de licenciatura. Em que visam conhecer e aprender mais do adolescente, espera-se com isso, que estes esclarecimentos, até aqui atuais, sirvam como ferramenta para o amparo desses futuros professores no palco real das escolas.

E para finalizar, meus agradecimentos e respeito aos que leêm. Tendo a compreensão de que sou um aprendiz e que nossos olhares no mundo muda constantemente a cada contado e interação com o outro.
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Orrico R.

Lic. em Ciências - 2010

UFPR Litoral, Sub Projeto
Corujando Ciências.