Português 2 > Posts > Participação na Semana de Letras - UFPR (8 a 12, maio, 2017)
Segue resumo de sessão coordenada e respectivos resumos da apresentação dos bolsistas:
ARGUMENTAÇÃO E TEXTOS DOS ALUNOS NA OCUPAÇÃO NAS ESCOLAS DO ESTADO DO PARANÁ 2016
O subprojeto Português 2, intitulado “Argumentação e ensino de língua portuguesa”, promoveu no ano de 2016 uma série de atividades que envolveram algumas das escolas ocupadas pelos estudantes secundaristas, na ocasião da manifestação contra a reforma do ensino médio proposta pelo governo federal. Durante o período das ocupações, alguns bolsistas PIBID foram liberados para desenvolverem oficinas junto aos manifestantes. No Colégio Estadual do Paraná, a proposta de produção textual foi um posicionamento em relação às ocupações e/ou às propostas de reforma. O trabalho de Regiane Soranzo analisa os textos na perspectiva argumentativa, levantando mais o controle dialógico do texto do que propriamente a construção de argumentos. Em textos posteriores ao período, o bolsista Marlon da Fonseca MiscenoAraujo propôs gênero livre em posicionamento diante das manifestações e prova controle de gêneros variados, inclusive os de estrutura poética.
Regiane Soranzo
O objetivo desta comunicação é levantar os elementos argumentativos dos textos dos alunos ocupantes nas manifestações contra a reforma do ensino médio, especificamente no Colégio Estadual do Paraná. Em termos gerais, os estudantes responderam à proposta de produção de um texto de posicionamento diante dos temas envolvendo a situação. O que se verificou no corpus coletado foi que houve domínio das opiniões diante do quadro – tanto para o contra quanto para o a favor. Ou seja, os alunos não tiveram em sua maioria problemas com o controle dialógico da argumentação (Bakhtin, 1992). Mas, por outro lado, os argumentos foram pouco explorados, concentrando-se no lugar-comum da ORDEM (Fiorin, 2015).
O objetivo desta comunicação é analisar os textos produzidos pelos alunos secundaristas do Colégio Estadual do Paraná, em período posterior às manifestações de ocupação das escolas, que tinham posicionamento contrário à reforma do ensino médio proposta pelo governo federal em final de 2016. Metodologicamente, não havia tempo nem condições objetivas de se trabalharem conteúdos de textos argumentativos – pois o ano letivo já entrava no mês de dezembro. Logo, a proposta foi a de um texto livre de “manifesto” em relação à situação. O que se verificou no corpus coletado foi que os alunos se permitiram escrever em gêneros variados – como panfleto, opinião e até texto poético -, o que evidenciou controle de estrutura e propósito de gêneros específicos. O resultado nos mostrou uma concepção de linguagem com controle mais produtivo e autônomo (Brandão, 2006).