TÍTULO: ELABORAÇÃO DE EXERCÍCIOS DE REESCRITA PONTUAL

 

Manuela Marquetti

Ísis Knoblauch

 

Neste trabalho apresentaremos uma atividade desenvolvida em uma das intervenções de bolsistas-ID do projeto Português 2, no Instituto de Educação do Paraná, em uma turma de primeiro ano do ensino médio regular. Pretendemos mostrar todas as etapas que percorremos na aplicação desta atividade, incluindo as discussões, montagem, execução, recepção dos alunos e conclusões. Nosso objetivo, bem como o do projeto, é trabalhar estruturas argumentativas e reescritas tanto de trechos como do texto como um todo. Neste trabalho, mostraremos a elaboração de exercícios que visam à reescrita de partes específicas do texto relacionadas à construção argumentativa apresentada. Utilizamos como texto base uma produção dos próprios alunos, feita anteriormente, a fim de que eles lessem e identificassem as sentenças insuficientes, relacionadas à argumentação naquele texto presentes. Em seguida, discutimos acerca do tipo textual, da adequação de alguns elementos de oralidade presentes, porém, como não poderia ser diferente dado nosso objetivo, focamos em algumas noções argumentativas que não estavam claras no texto e orientamos a reescrita. Esperávamos que os alunos fossem capazes de identificar as falhas argumentativas e reescrevessem-nas, primeiro de forma localizada e depois fazendo a relação geral com o texto como um todo; além de adequar ao gênero textual presente na proposta, visto que a pratica argumentativa pode abranger mais de um tipo textual. Percebemos que é possível trabalhar com a reescrita micro localizada, pois assim os alunos compreendem melhor as partes que compõem um texto, a ligação entre elas, de que forma contribuem para a totalidade textual e depois da atividade, poderem estar aptos a identificar e trabalhar com as diferentes estratégias de composição argumentativa em suas futuras produções textuais.

 

 

 

 

Palavras-chave: ensino de língua materna, argumentação na escola, estruturas argumentativas, reescrita direcionada.

 

 

 

A ESCRITA E A REESCRITA E AS MARCAS DE ORALIDADE EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Rômulo Alves

Pedro Ferraz

O Projeto PIBID tem por objetivo a iniciação á docência e através desse fator relevante acaba estreitando os laços entre o universo acadêmico e suas ideias e a comunidade nesse caso, representado pela escola pública brasileira e suas inúmeras facetas. Ao longo de um ano de projeto PIBID Português 2, foi trabalhado a escrita e a reescrita de textos junto a alunos dos ensinos fundamental e médio com o objetivo do desenvolvimento e aperfeiçoamento dos textos produzidos pelos mesmos alunos. Foram utilizados para isso como material de produção textos de distintos gêneros textuais, retirados de vários suportes como livros, e até mesmo de materiais digitais, visto que, o público jovem no momento contemporâneo tem um bom acesso a esses mesmos meios, com muita facilidade, podendo assim se identificar com as diferentes temáticas trabalhadas, desse modo utilizaram-se esses mesmos materiais como base para a escrita e posterior reescrita. Um dos fatores verificados durante a produção de textos com esses mesmos alunos e que foi recorrente, foram as marcas de oralidade presente nos textos. Como os textos pedidos em sua maioria eram argumentativos, a hipótese para a forte presença de marcas de oralidade (desde gírias, passando por palavrões inclusive) é de que os alunos durante a construção de seus respectivos textos não tenham uma noção clara do destinatário dos mesmos textos, ou seja, há uma dificuldade de em moldar os textos para determinados auditórios e a que elementos discursivos recorrer na produção de um texto para um receptor específico, também há uma dificuldade na distinção dos gêneros textuais. Também foi verificado que houve uma considerável melhora depois da aplicação da escrita e reescrita nos textos produzidos posteriormente junto dos mesmos alunos. Assim sendo, podemos dizer no que se refere a metodologia aplicada junto ao ambiente escolar, a mesma mostrou-se bastante eficaz no que se refere ao aprendizado e a troca de experiências entre o Projeto PIBID Português 2 e a comunidade representada pela escola pública.

Palavras-chave: Gêneros textuais; redação escolar; reescrita.

 

 

 

ANÁLISE DE PRODUÇÕES TEXTUAIS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO: A NÃO-CONTRADIÇÃO COMO PRINCÍPIO DE COERÊNCIA

Rodrigo dos Anjos

Todo texto pode ser compreendido como uma realidade bidimensional que apresenta, no plano lógico-semântico, uma configuração conceitual subjacente responsável pelo seu sentido, e, no plano linguístico, uma estrutura material que possibilita a instanciação e expressão desse plano conceitual. À configuração profunda de conceitos interconectados, chamaremos coerência – o princípio organizador dos significados. Ao tecido textual linguístico que alinhava estes conceitos, chamaremos coesão – a matriz organizadora dos significantes. Este trabalho tem como objetivo investigar o estatuto da contradição dentro do plano lógico-semântico do texto, tendo como referência a metarregra da não-contradição proposta por Charolles (1978). Para isso, foram analisados três textos produzidos por alunos do primeiro ano do Ensino Médio, a partir do gênero texto argumentativo, com a intenção de identificar no plano semântico as contradições da configuração conceitual responsável pelo sentido do texto. Como resultado percebeu-se que os autores/alunos, tanto com relação à estrutura interna dos textos – que deve obedecer a princípios lógicos de organização –, quanto na relação do texto com o mundo representado – o mundo textual precisa ser compatível com o mundo instituído como referência –, incorrem sistematicamente na construção de estruturas incoerentes e contraditórias. Conclui-se que é preciso retomar as estratégias que têm por objetivo eliminar as contradições que desestabilizam internamente as linhas de sustentação que mantêm a coerência da arquitetura textual. Dentre estas estratégias, destaca-se a aplicação de atividades sequenciais que contemplem os diversos níveis de organização do discurso – desde a construção de sentenças simples que estabeleçam relações textuais de sentido através de elementos coesivos (conectivos), até a elaboração de propostas criativas de produção de parágrafos e textos curtos que possibilitem a conjugação correta de ideias, tendo em vista a intencionalidade argumentativa do emissor/autor.

PALAVRAS-CHAVES: Argumentação. Coerência. Contradição.