O Subprojeto Português 2, alocado no curso de Letras, em 2015, teve como objetivo desenvolver análise linguística em gêneros textuais escolares com sequência argumentativa de base. A partir desse recorte, a proposta era desenvolver sequências didáticas que organizaram atividades de escrita, reescrita coletiva e reescrita individual. As intervenções dos bolsistas apontaram unidades linguísticas reveladoras da organização argumentativa de gêneros correlatos, como texto de opinião, debate, etc. Os textos dos alunos foram elaborados na disciplina de Língua Portuguesa, no IEP (Instituto de Educação do Paraná), sob a supervisão da profa. Inês Astreia Marques. As turmas em que os trabalhos foram desenvolvidos concentraram-se no 8ºano do Ensino Fundamental e 1ºano do curso de Magistério. O IEP, com quase 140 anos de existência, é uma das referências do ensino público paranaense, tendo como enfoque formação de professores no nível do Magistério. Por isso mesmo, atrai estudantes de bairros de alta demanda social, afastados do centro da cidade de Curitiba. Relativamente à organização deste texto a seção Análises de problemas das redações escolares faz um resgate de trabalhos basilares da Linguística Textual brasileira que tiveram como propósito a análise de problemas de redações de alunos. A seção A sequência argumentativa como critério de intervenção do professor, já na extensão de propostas teóricas contemporâneas, apresenta a teoria de base à análise desenvolvida pelo Subprojeto Português 2 (ADAM, 1992, 2008). A seção Análise, discussão e reescrita, por fim, relata a metodologia de aplicação – da escrita, reescrita coletiva e reescrita individual – e promove a discussão dos resultados obtidos. Leonir Lorenzetti, Joanez Aparecida Aires, Tania Teresinha Bruns Zimer, Luiz Everson da Silva (Orgs.) 136 Em linhas gerais, defendemos que há estruturas linguísticas específicas dos problemas argumentativos dos alunos, no “projeto de não dizer”: expressões genéricas, verbos no presente simples, estruturas transitivas com argumentos elididos, etc. No entanto, na intervenção para reescrita, baseada nas articulações específicas da estrutura argumentativa, os alunos demonstraram engajamento na produção textual, agora no “projeto do dizer”.