Relatório 001 - Observação        

Colégio Estadual Manoel Ribas – 8B

Relatórios – 2o semestre/2014

Aula do dia 05/09 – Observação: apresentação dos novos integrantes do Pibid ao 8oB e exibição da primeira versão do filme A Fantástica Fábrica de Chocolates, de 1971.

Nas veredas do rio Belém

O Colégio Estadual Manoel Ribas está localizado num ponto geoeconômico de contraste material dentro da cidade de Curitiba. Convivendo lado a lado com uma universidade particular, a escola estabelece com esta uma configuração social repleta de contradições e tensões, onde o abismo socioeducacional e econômico que as separa é realçado paradoxalmente pela proximidade física das instituições.

Esta disposição espacial contrastante traz à tona uma série de questões. Em que medida o princípio constitucional de redistribuição justa dos bens sociais está em consonância com a realidade desta escola? Depois das políticas de inclusão educacional, como enfrentar o desafio de oferecer uma Educação Pública de qualidade (com toda a polissemia de significações que tal termo possui)? Qual o papel da iniciativa privada neste contexto? Aqueles meninos e meninas do Manoel Ribas veem na instituição privada-vizinha um incentivo à continuidade dos estudos ou um símbolo de opressão e poder?

No entanto, o paradoxo não está exatamente na coexistência contígua das duas instituições de ensino – afinal, o que ocorre ali é o que ocorre em quase todos os centros urbanos que possuem realidades socioeconômicas distintas dividindo e disputando o mesmo espaço vital –, mas, sim, na aparente invisibilidade que ambas as escolas adquiriram uma em relação à outra: o Manoel Ribas não mais enxerga a universidade particular, e esta parece ter esquecido o Manoel Ribas.

A tela simples que os separa se transformou numa grande muralha.

Mas nem tudo é desencanto. Há tentativas de diálogo. Professores e alunos que, de ambos os lados, tentam romper este bloqueio através de projetos de integração que visam à construção de algo em conjunto.

Há também o rio Belém.

Sinuosa linha negra e sem vida que tristemente atravessa as duas instituições e que pulsa no coração dos dois universos.

E eis a beleza difícil do microcosmo habitado pelo Manoel Ribas e pela universidade vizinha. Nele estão condensados todos os problemas e todas as soluções da nossa realidade. Se a injustiça que ali mostra seus dentes nos preenche de desilusão, há, no âmago deste universo, uma força e uma potência que podem desenhar uma nova configuração social.

Há, nas margens de um rio esquecido, alunos e professores que trazem em si todos os sonhos do mundo.

Chegará o tempo em que aqueles muros cairão.

Neste dia, o Belém voltará a ser cristalino e tudo ali florescerá.

Nós acreditamos no poder transformador da Educação.

 

Aula do dia 12/09 – Observação

Aula de observação: exibição da segunda parte de A Fantástica Fábrica de Chocolates e breve debate sobre o filme.

Sinopse: “Willy Wonka (Johnny Depp) é o excêntrico dono da maior fábrica de doces do planeta, que decide realizar um concurso mundial para escolher um herdeiro para seu império. Cinco crianças de sorte, entre elas Charlie Bucket (Freddie Highmore), encontram um convite dourado em barras de chocolate Wonka e com isso ganham uma visita guiada pela lendária fábrica de chocolate, que não era visitada por ninguém há 15 anos. Encantado com as maravilhas da fábrica, Charlie fica cada vez mais fascinado com a visita.”

Título original: Charlie and the chocolate factory

Ano de produção: 2005

Diretor: Tim Burton

Primeiras (ou segundas) impressões

Neste segundo momento de observação, o material humano do Manoel Ribas, e, em especial, os alunos do 8oB, começam a ganhar dimensões mais nítidas. São adolescentes explosivos, contestadores, criativos, agitados, desobedientes, expansivos, curiosos, intolerantes, agressivos, doces, inteligentes. Para onde vão? Não sabemos, desconhecemos os caminhos do amanhã. Mas temos em nós alguns sonhos e gostaríamos, mesmo, que este pessoal entendesse que o estudo e o trabalho são os únicos caminhos dignos entre tantas veredas perigosas e sedutoras...

 

 

 

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Ísis Knoblauch                             Rodrigo Pereira dos Anjos       C